sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Deus: o principal oficiante do culto

Texto Bíblico: Mateus 18.20 Introdução Na lição 1, aprendemos um pouco mais sobre o que é culto. Nela, definimos alguns termos, como culto (coletivo e individual) e liturgia. Vale a pena rever esses conceitos antes de prosseguir. Fica a dica. Quando a igreja se reúne para cultuar, todos se constituem em oficiantes do culto. Essa tarefa não é só do pastor ou do dirigente. O único que assiste ao culto é Deus, pois é o alvo exclusivo da adoração. É sempre positivo relembrar que não é correto dizer que vamos ao templo assistir ao culto. Na verdade, vamos ao templo prestar culto, participando, ativamente dele. Vamos ao teatro assistir a um espetáculo, vamos ao estádio assistir a uma partida de futebol, mas não vamos ao templo assistir a um culto. Há, porém, um cuidado que temos de ter quando pensamos no relacionamento entre Deus e o culto. Embora o Senhor seja assistente, ele também é o principal oficiante. Ele é o recebedor da adoração, bem como o propiciador da oportunidade de adoração. 1. Participação de Deus no culto De tanto sabermos que Deus se faz presente na reunião do seu povo (Mateus 18.20), temos tanto a tendência de tomar a sua presença como pressuposta, como evidente, que na maior parte das vezes a omitimos como presença oficiante do culto. É a ordem de Deus que transforma o ato de culto em algo mais do que mero desejo ou anseio. É a sua presença que faz dele algo mais do que uma simples ilusão. É a presença de Deus que nos redime do perigo da vaidade, que nos cura da cegueira espiritual. É o amor de Deus que impede que o culto se transforme num cerimonial mecânico individualista. A liberdade de Deus eleva o culto acima do nível de uma espécie de chantagem espiritual. Com isso, temos de aprender que Deus é, ao mesmo tempo e de forma perfeita, sujeito e objeto do culto cristão. No culto, Deus serve e é servido, ordena e recebe a celebração, fala e escuta. Deus é aquele a quem imploramos e que concede o que pedimos. O culto seria uma farsa criminosa sem a presença de Deus, seria uma grande mentira. Von Allmen nos brinda com uma profunda declaração: “É por meio da fé que a igreja percebe que o seu culto não é nem criminoso, nem mentiroso, nem enganoso, porque sabe que é Deus que a chama à adoração, na qual Ele se dá à igreja e a acolhe” . 2. Participação do pastor no culto Vamos tratar da figura do pastor, mas também se inclui aqui todo aquele que participa como dirigente do culto ou pregador, no caso de não ser o pastor. Logo de início, é importantíssimo destacar que o culto não é do pastor, mas da comunidade. Às vezes, corremos o risco, pela habitualidade, de pensar que a igreja ajuda o pastor a celebrar o culto. É justamente o contrário. O pastor é quem ajuda a igreja a celebrar o culto, ele é um facilitador da ação conjunta da comunidade de fé. Quando o pastor é elevado à categoria de oficiante exclusivo (solitário) do culto, nasce a tentação de se achar “estrela”. São os chamados “showmen”, aqueles “pastores” que transformam o culto em performances pessoais. Parece que se eles não estiverem presentes, não há culto. Eles são “os caras”. Se não tomar cuidado, se colocam acima do próprio Deus. Devemos aprender com a discrição de Jesus. Como Pastor Supremo, Jesus levou os seus seguidores a um relacionamento profundo com o Pai. Jesus sabia que o povo do Senhor deveria cultuar pela fé, noutras palavras, deveria cultuar além do que se pode ver. O pastor ou dirigente de culto é tão somente um servo, destacado entre os outros servos, para auxiliar a congregação no culto coletivo. Não se adora pastor. Só Deus é digno de adoração. Diante de Jesus, pastor também é ovelha. A igreja precisa entender isso. Os pastores também precisam de oração e cuidado. Nunca uma igreja deve agir com o pastor como se estivesse agindo com uma máquina. Pastor se cansa, precisa de tempo e tem o dever de ser adorador. 3. Participação da congregação no culto O cristão deve assimilar a graça de poder celebrar culto a Deus como um direito e um dever. Um direito outorgado pela obra salvífica de Cristo e um dever prazerosamente assumido como resposta a esta mesma obra. Alguns requisitos devem ser atendidos por todos nós, quando reunidos em culto: SINCERIDADE. A congregação deve ser íntegra na sua celebração. Não vale de nada se reunir corporalmente e mentalmente permanecer distante. A adoração deve ser sincera, noutras palavras, a verdade deve imperar na mente e no coração dos celebrantes. Vir ao templo e ficar pensando maldades, conversando sobre a vida alheia (a popular fofoca) é uma atitude repugnante perante Deus. REVERÊNCIA. É triste celebrar a Deus com uma congregação indisciplinada. Ambiente leve, informal e descontraído não significa irreverência. O culto ao Senhor, embora não seja formalista, não é uma desordem ou confusão. Quando lemos a Bíblia, por exemplo, lemos a Palavra de Deus, logo, somos “boca de Deus” ao proclamar a Palavra. Isso não pode acontecer de qualquer maneira. Devemos evitar o famoso “levanta e sai” a todo instante no culto. Ficamos duas horas assistindo a um filme no cinema, por que não podemos ficar o mesmo tempo (ou menos, geralmente) em reverência no culto? É uma questão de prioridade e valorização. Parece que estamos nos “acostumando” demais com a presença de Deus a ponto de faltar com o respeito. Deus é nosso amigo, mas nunca deixará de ser nosso Senhor. Volto a dizer que culto não é uma ditadura, mas também não é uma anarquia. Deus não é um ditador, mas governa sobre nós, exigindo “decência e ordem” (1Coríntios 14.40). UNIDADE. No culto individual, somos nós e Deus, mas, no culto coletivo, que é o nosso caso aqui, somos nós, os outros e Deus. É uma experiência em grupo, reunindo pessoas diferentes, mas que devem nutrir um ideal comum. Daí a necessidade de unidade na celebração litúrgica. A conhecida ilustração das batatas cai bem agora, pois batatas dentro de uma mesma sacola simbolizam união e batatas cozidas, amassadas e feitas em purê simbolizam unidade. As batatas juntas na sacola se espalham se a abrirmos, mas um purê de batatas selará a unidade das batatas daquele momento em diante. O culto é comparado ao purê de batatas. Fomos todos cozidos, amassados e transformados em purê pelo Espírito Santo de Deus. As preferências individuais serão sempre secundárias diante das coletivas. HUMILDADE. Há muitos outros requisitos, mas concluiremos nossa lista com a humildade. Há um ditado popular que afirma que “ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar”. Uma verdade visível e possível no culto por intermédio da humildade exemplificada por Cristo. Não devemos ficar “armados”, bloqueando o aprendizado de coisas novas, pelo contrário, devemos nos submeter a Deus, humildemente, rogando que Ele continue usando seus servos para nos ensinar. Na igreja não deve haver preferências e honrarias por titularidades acadêmicas ou eclesiásticas. Ninguém será preferido por ser doutor e preterido por não ter concluído o ensino médio, por exemplo. Não somos reconhecidos na celebração litúrgica pelos títulos conquistados, embora tenham a sua importância, mas sim pelo amor, que é o vínculo especial. A igreja é realmente algo sublime, pois nela todos aprendem e ensinam. É uma troca mútua, na mediação de Jesus. Para pensar e agir O culto cristão deve ser centrado em Deus. Nossas celebrações precisam ser cristocêntricas. É um perigo para a fé apoiar-se em extremos, ou seja, o culto será frio e vazio de sentido se o adorador entender Deus como alguém totalmente distante dele, demasiadamente transcendente. Por outro lado, o culto será irreverente e desvalorizado se o adorador entender Deus como alguém à sua altura, uma pessoa como qualquer outra. O ideal é o entendimento de que Deus é sempre mais do que nós, embora se faça nosso amigo próximo. É intimidade respeitosa. É submissão alegre. Enfim, é relacionamento saudável. Leituras Diárias Segunda: Salmos 64 e 65 Terça: Salmos 66 e 67 Quarta: Salmo 68 Quinta: Salmo 69 Sexta: Salmos 70 e 71 Sábado: Salmo 72 Domingo: Salmo 73

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