segunda-feira, 14 de maio de 2012

A FAMÍLIA E A FEBRE DO CONSUMISMO

Texto bíblico: 1Timóteo 6.3-10 Texto áureo: 1Timóteo 6.7,8 O que é consumismo? A palavra é um neologismo ainda não de todo assimilado pelos lexicólogos. Vem de consumo. Mas um consumo compulsivo, um gasto desmesurado, aplicando-se as riquezas na satisfação das necessidades pessoais. Consumismo, então, é a gastança descontrolada, quase doentia, a que estão sujeitos os indivíduos que se deixam engodar por uma sociedade voltada para a produção e a comercialização do que se produz, sob a intermediação de um instrumento, que pode ser altamente nocivo, chamado marketing. Sabemos que esta é uma febre mortal que acomete a sociedade moderna e a joga sobre o leito da gastança. Tanto que nossa sociedade já foi devidamente catalogada como "sociedade de consumo". Mas, por que ela nos escraviza? Por uma razão muito simples: nossos olhos se deixam levar pela aparência e somos muito susceptíveis às novidades. Além disso, há um sentimento perverso que nos corrói: a inveja. Se utilizamos um bem material para satisfação das necessidades econômicas próprias, e o fazemos descontroladamente, e se compramos para o gasto próprio de maneira abusiva e obcecada, então já fomos mordidos pelo agente transmissor dessa febre. O difícil é sair dela; curar a doença! O consumo como "deus" destes tempos mercadológicos A complexidade dos tempos modernos, no que diz respeito ao consumo, é tamanha que não podemos nos descuidar do que ocorre à nossa volta. O "deus-consumo" arregimenta uma legião de fiéis, que diariamente acorrem aos seus templos para piedosa e dispendiosa devoção. Se a nossa cultura industrializada depende dos consumidores para subsistir, muitos dos cidadãos tornam-se fanáticos nesta empreitada. O problema do consumo não é o fato em si, mas o excesso, o consumo do descartável, indevido, desnecessário, descontrolado. A própria sociedade se incumbiu de preparar as arapucas mercadológicas para aprisionar o consumidor inveterado: cartões de crédito, cheques pré-datados, crediários, além dos famosos caderninhos de balcão. Somem-se a isto as facilidades: comprar sem dinheiro, pagar depois, parcelar, dividir em inúmeras vezes, a perder de vista... Crédito pré-aprovado, facilidades etc. Comprar, consumir, gastar... Quem, pelo menos uma vez na vida, não caiu nesta armadilha? O importante é, quando se cai, aprender logo a lição para não mais voltar a incorrer no erro. Caso contrário, aos poucos, o indivíduo vai entrando numa consumpção terrível, em que ao consumir, é consumido; ao gastar, se gasta e se desgasta. A pessoa consumptível é aquela que entra num processo de definhamento gradual, porém lento, em que seu organismo vai se desintegrando. O consumidor voraz pode atrair sobre si este tipo de consumptibilidade na forma de doença psicossomática, à medida que perde o controle da situação. O "deus-consumo" é insaciável. Nunca está satisfeito. Mais ainda, não se contenta com pouco, ao contrário, quanto mais alimentado é, mais tem sua fome aumentada. É cruel e implacável. Quer sempre tornar seus súditos e fiéis cada vez mais dependentes dele. Cuidado! Há muitos que não tiveram volta neste caminho tortuoso. Os shopping-centers como templos desse novo culto O culto ao consumismo tem como ponta de lança a superficialidade da vida moderna em que o "ter" se sobressai ao "ser"; em que a aparência conta mais ponto do que a essência; em que se valorizam mais os valores da estética do que da ética; em que se está mais interessado no invólucro do que no conteúdo, na casca do que na polpa. Vivemos a agonia de várias gerações que valorizaram o corpo mais que o espírito. E, como consequência, vivemos num mundo de futilidades e transgressões. Lembremo-nos da situação degradante por que passou Saul, o primeiro rei de Israel. Depois de ter sido ungido rei sobre o povo, desobedeceu às ordens expressas de Samuel, o sacerdote, contrariando a vontade de Deus e colocando a culpa no povo e acrescentando que o motivo era nobre como se os fins justificassem os meios (1Sm 15.1-31). Na sequência, quando ocorre a escolha do novo rei, dentre os filhos de Jessé, ao deparar-se com Eliabe e com ele ficar impressionado, Deus disse para Samuel: "Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê como vê o homem. O homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração" (1Sm 16.7). Deus vai mais além da superfície. Ele nos conhece por dentro. E como está o nosso "eu" interior? Nunca se viu tanta gente vazia. Vazia de amor, de afeto, de respeito próprio. Vazia de Deus. Esse niilismo é algo extremamente prejudicial à vida em sociedade, pois vem a ser um posicionamento ético-teológico que prescinde de Deus, ao incorporar uma descrença absoluta. O indivíduo que se deixou amordaçar pelo consumismo, passa a ter uma visão materialista e utilitarista da vida, desejando a qualquer custo os objetos de sua predileção seja por força de atração e sedução da mídia, seja por influência do grupo, do meio social, das circunstâncias mais próximas. O estrangulamento da qualidade de vida e o aniquilamento dos relacionamentos humanos como forma agregadora de emoções, sentimentos, experiências, compartilhamento, tudo visando ao crescimento do indivíduo como um ser holístico é a marca deste tempo. Para atender a demanda do consumismo, foram erigidos verdadeiros templos, catedrais modernas, para onde afluem os fiéis a cada dia. São os shopping-centers. Suas portas estão sempre abertas, os apelos à epiderme são grandes: sentir, ver, tocar, saborear, vestir, curtir. O cristão precisa estar atento quanto às formas avassaladoras com que o Diabo tenta seduzir-nos, dentro de sua estratégia de atrair a vista, despertar desejo, aninhar-se no coração, maquiar a razão e promover corrupção. Cada um deve viver como Deus quer Se cada crente tiver consciência da crueldade que promove a sociedade de consumo em que um pode ter algo, outro não; uma criança possui tal ou qual brinquedo, enquanto outra sofre ao vê-la brincando sem sequer poder sonhar em um dia possuir um exemplar; filhinhos de papai desfilam em roupas de grife e carros luxuosos, enquanto uma multidão se apinha em conduções coletivas, vestindo o roupão diário, então seremos mais atenciosos com relação ao valor da vida. "A vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui", é o que Jesus asseverou (Lc 12.15). Assim, precisamos aprender a viver sobriamente, com temperança, optando por um estilo de vida simples, sem ostentação, sabendo honrar aquele que nos chamou e que há de ser fiel a nós, mesmo que sejamos infiéis. A Bíblia nos dá o exemplo de Paulo, que sabia se contentar com o que tinha. Ele sabia que em qualquer situação podia contar com a presença e proteção divinas (Fp 4.11). Por isso podia afirmar: "Sei passar necessidade, e também sei ter abundância. Em toda maneira, e em todas as coisas aprendi tanto a ter fartura, como a ter fome, tanto a ter abundância, como a padecer necessidade" (Fp 4.12). Encontramos, também, na Bíblia a exortação no sentido de seguirmos o exemplo deixado pelos servos de Deus, acreditando sempre em sua proteção: "Seja a vossa vida sem avareza, contentando-vos com o que tendes, pois ele mesmo disse: Não te deixarei, nem te desampararei" (Hb 13.5) Aplicações para a vida Algumas verdades bíblicas que nos ajudarão a enfrentar a sociedade de consumo em que vivemos: 1ª) A família deve buscar as coisas que são de Deus prioritariamente - É isto que nos exorta Paulo com propriedade: "Portanto, se fostes ressuscitados com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus" (Cl 3.1). 2ª) A família deve reconhecer que o necessário nunca lhe faltará - O salmista diz: "Nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão" (Sl 37.25). Nenhum crente sincero deve temer por sua vida. 3ª) A família deve ter consciência de que nada trouxe e nada levará deste mundo - Se "nada trouxemos para este mundo, e nada podemos levar dele" como afirma Paulo, viver obcecadamente querendo ficar rico pode levar-nos ao desvio de Deus e à ruína, se colocarmos o amor no dinheiro (1Tm 6.7-10). 4ª) A família deve confiar em Deus, Jeová-Jireh - Com certeza, vivendo pela fé, como deve ser a vida do cristão, seremos assistidos por Deus, em cada circunstância, pois ele é o Deus provedor, como descobriu Abraão no Monte Moriá (Gn 22.1-14). LEITURAS DIÁRIAS segunda - 1Timóteo 6.3-10 terça - 1Samuel 16.7 quarta - Mateus 22.15-22 quinta - 1Coríntios 2.9 sexta - 2Timóteo 1.6-18 sábado - 2Coríntios 12.9 domingo - Lucas 12.13-21

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