quinta-feira, 19 de abril de 2012

OS NOVOS JEITOS DE SER FAMÍLIA

Texto bíblico: Salmo 127.1-5
Texto áureo: Salmo 127.1

Pensando na família como sendo uma instituição milenar, não podemos deixar de avaliar suas transformações ao longo dos séculos. É sabido que várias mudanças se fizeram perceber ao longo da história. Da antiga família de gerações, em que prevaleciam os interesses do clã, passamos a ter uma família de esposos. Da antiga família patriarcal, em que a figura masculina era preponderante, passamos a ter uma família de parceiros, em que as ideias são compartilhadas. De uma família numerosa, que atendia aos interesses econômicos do clã, vimos originar-se uma família de poucos filhos. De uma família de posse, proprietária de terras, passou a existir uma família de assalariados. A família de produção deu lugar a uma família de consumo; a família de trabalho, a uma de tempo livre; e a família estático-estável, a uma dinâmico-móvel.
Assim sendo, o "ser família" em nossos dias difere em muito dos modelos que a sociedade viu surgir e transformar-se ao longo dos anos. E hoje? Como está a família nestes tempos? O fato é que, como instituição, a família está em constante processo de revitalização, adequando-se aos novos tempos. O que estes novos tempos sinalizam acerca da família? Nem tudo o que a gente percebe hoje, em termos das novas formas de ser família, significa algo bom. Mas precisamos estudar estes sinais para compreendermos para onde caminha a família.

Amigado ou juntado e sem papel passado
Um modelo de relacionamento muito encontrado em nossa sociedade é o de casais que vivem juntos, na condição que se costumou chamar de "amigado" ou "juntado". Os que decidem viver juntos passam por cima das conveniências por diversos fatores (irresponsabilidade, carências econômicas, desvios de percurso, transgressão às regras sociais) e, depois que pulam neste barco, acostumam-se à situação e não mais se lembram ou desejam mudar o quadro.
Até bem pouco tempo as igrejas prestavam grande contribuição social disseminando o evangelho e alcançando casais nestas circunstâncias, paralelamente à recomposição de sua vida espiritual, contribuindo para os ajustes necessários à boa ordem social. Estes casais que viviam numa situação irregular recebiam toda a cobertura da igreja para ajustar-se perante a Lei. Os tempos passaram e a situação mudou. Primeiro, foi a evolução da interpretação da lei, que passou a reconhecer uniões estáveis, com mais de três anos de convivência, para fins de indenização, pensão ou herança. Depois foi surgindo uma regulamentação da situação e uma flexibilização das cobranças sociais sobre os indivíduos que assim procediam. Até que a questão caiu num total desinteresse social, dentro do esfacelamento dos valores éticos, passando a ser vista como normal.
Tal concepção, porém, sempre esteve à margem da interpretação bíblica ou do reconhecimento cristão de que assim devesse se proceder. Muitas igrejas flexibilizaram e passaram a aceitar em seu rol de membros gente amasiada – este é outro termo utilizado – gerando desconforto para as outras que primavam por só efetivar o batismo de um neoconverso quando ele regularizasse sua condição civil. É aqui que reside todo o problema: quando a igreja faz concessões por motivos outros que não a grandeza do reino de Deus, ela põe a perder o que o cristianismo tem de mais importante, que são seus princípios redentivos, que conduzem o ser a uma total recuperação de sua vida, após uma experiência de conversão, "o tudo que se faz novo" (2Co 5.17).

Casamento de fachada: a convivência entre matriz e filial
Evento muito difícil e constrangedor em nossos dias é a grande incidência de casamentos de fachada, em que já não se vive mais plenamente à relação conjugal, mas mantém-se o casamento, pois na balança entre perdas e ganhos, o lucro será maior em manter a situação como está, do que romper de vez. Situações como estas têm como causa o esfriamento do amor; a rotinização do casamento; as lutas da vida; a diminuição do apetite sexual por parte de um dos parceiros; motivações econômicas etc. Com o passar do tempo, os longos anos de convivência, a batalha pela criação de filhos, o envelhecimento e, em muitos casos, certo despreparo para a vida ou um descuido em manter constante alimentação da vida a dois, faz com que muitos casamentos estejam sobrevivendo apenas como forma de dar uma satisfação à igreja ou à sociedade.
É de se refletir sobre a validade de tal procedimento. Quem lucra e quem perde com tal embuste? Daí a importância de se ter uma assistência por parte da igreja por meio de ministérios específicos que cuidem da família, do cuidado pastoral em aconselhamento e edificação dos lares e do incremento da recorrência à terapia familiar especializada quando isto se fizer necessário. Tudo isto, porque, à revelia do nosso interesse e vontade, nossas igrejas estão cheias de casais vivendo em situação semelhante.
Não só isso! O passo seguinte é o mais assustador. Quando não se está experimentando a plenitude do casamento, da vivência conjugal, e, percebendo-se o passar dos anos, muitos indivíduos partem para a busca de um terceiro que venha a satisfazer seus desejos mais particulares de carinho, aceitação, compreensão, afeto e semelhantes, que, com os desgastes do casamento, seu cônjuge já não mais lhe propicia. É quando a intromissão desse intruso no casamento provoca iras, revoltas, dissensões e dissabores, cujas consequências, sobre o casal e os filhos, não se pode aquilatar com certeza, tal o volume do estrago que faz.
A igreja, porém, deve ser firme e segura quanto à condenação do adultério, pois é abundantemente condenado em toda a Bíblia (Êx 20.14; Lv 20.10; Jó 24.15; Mt 5.27; Rm 7.3; 1Co 6.9; 2Pe 2.14).

O projeto original de Deus
A família que nasce em Deus é voltada para a satisfação do ser: "Não é bom que o homem esteja só" (Gn 2.18). Esta constatação, por si só, evidencia que Deus estava interessado no bem-estar da sua criatura. Família, portanto, surgiu para trazer satisfação, complementação, ajuste, prazer, alegria, plenitude e todos os outros sentimentos inerentes à própria condição de ser família. Ou seja, família é para ser bênção, segundo a intenção original de Deus. Daí, os servos do Senhor não deverem se contentar com nada menos que uma família bem estabelecida, ajustada, em que reine a paz e o amor. Se não experimentam esta realidade por algum motivo circunstancial, devem lutar diante de Deus, corrigir seus erros (2Cr 7.14) e arrependidos procurar elevar a sua família à condição original para a qual Deus a estabeleceu.
No plano divino a família é formada de um(a) só parceiro(a), por isso Deus providenciou apenas uma companheira para Adão (Gn 2.18) e recomendou que os líderes fossem maridos de uma só mulher (1Tm 3.2). Ele estabeleceu que o casamento fosse o lugar para procriação e que o casal teria essa tarefa de povoar a terra (Gn 1.28). Estabeleceu que o relacionamento entre marido e mulher seria de submissão, por parte dela (Ef 5.22) e amor, por parte dele (Ef 5.25). Ele definiu que os filhos são bênçãos, heranças, do Senhor (Sl 127.3-5) e que por isso os pais deveriam zelar por eles, aplicando disciplina, se necessário, com amor (Ef 6.4). Também definiu que os filhos fossem obedientes a seus pais (Ef 6.1) e que a eles deveriam honrar, prometendo longevidade para aqueles que assim procedessem (Êx 20.12). Qualquer constituição familiar que fuja a este padrão divino é pecado, pois contraria frontalmente a intenção de Deus, caracterizando-se como desobediência aos seus ensinamentos. Todo servo de Deus deve primar por uma família dentro dos padrões divinos.

Aplicações para a vida
Algumas considerações finais sobre como ser família hoje dentro dos padrões de Deus:
1ª) A família precisa rejeitar o pecado sem discriminar o pecador - Convivemos com pessoas das mais diversas formações e concepções. Podemos conviver socialmente com todos, respeitando e agindo com maturidade, sem, contudo, ser conivente com o pecado ou ter que segregar alguém.
2ª) A família deve prevenir-se do mal vivendo em amor - Uma união sólida, respeitável, em que se construa uma família com bases espirituais, em amor e santidade será condição para prevenir-se dos ataques de Satanás.
3ª) A família precisa sempre querer saber a vontade de Deus - A aprovação divina para nossa maneira de ser família deve ser buscada constantemente, com sinceridade e devoção.

LEITURAS DIÁRIAS
segunda - Salmo 127.1-5
terça - 2Coríntios 5.17
quarta - Mateus 10.26-33
quinta - Êxodo 20.14
sexta - Jó 24.15-20
sábado - Mateus 5.27-30
domingo - Efésios 5.22-6.4

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