terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O Messianismo (II) - O Messias Redentor

Texto Básico: Isaías 52.13; 53.12.

Introdução: A manifestação histórica do Messias (sua encarnação – Jo 1.14; Fp 2.5-11) foi mais uma etapa do trabalho de Deus na história para consumar o seu propósito.
As profecias do Antigo Testamento sempre apontam para novas operações de Deus no prosseguir de sua atuação no tempo: “eis que vêm os dias que…”.
A afirmação de Paulo em Gálatas 4.4,5; de Lucas 1.5; 2.1; 2.6; de Jesus, em João 5.25,28,29 mostram o fluir do tempo e os fatos acontecendo. Ora, Deus, para alcançar seu propósito como revelado nas Escrituras, realizaria a obra expiatória do pecado, para reconciliar a raça humana consigo * (2Co 5.18-21; Ef 2.13-19; Rm 5.8-11). O tempo apropriado para tal realização chegou. O Messias (o reconciliador, o Emanuel) estava no mundo (Jo 1.10; 1.26,27; Mc 1.14,15; Jo 1.40,41).
O Servo Sofredor veio para realizar essa Obra (Jo 1.29; Jo 6.50-55). A Obra expiatória na pessoa do Messias foi proposta antes da criação (Ef 1.4; 2Tm 1.8-10; 1Pe 1.10,11,19,20; Ap 13.8 ). Era necessário que tudo se realizasse, para que o bendito propósito se efetivasse (Lc 24 44- 47).

1-O Messias Age com prudência - Isaías 52.13-15.
Nos três versos Jeová mesmo fala do seu servo. Fala de sua humilhação e exaltação.
Há uma espécie de contraste entre as duas experiências. O Servo age com prudência pela autoconsciência de que seus sofrimentos são vicários, trazem a salvação ao seu povo, expressão da boa vontade do Senhor. O que poderia ser interpretado como loucura por seus inimigos, perante Deus é descrito como prudência, sabedoria (1Co 1.18-24).
Mas Ele será exaltado e mui sublime. O sofrimento do Servo é degradante. Muitos pasmaram à vista dele. A aparência de sua desfiguração causava espanto. Seu sofrimento ultrapassou o que os próprios inimigos conheciam (Jo 18.1 a 19.37; 1Pe 1.10,11).
O próprio Cristo ensinou que quem se humilha será exaltado. Pedro diz no texto acima (1.10) os sofrimentos que viriam e a glória que os seguiria. Paulo, em Filipenses 2.5-11, descreve a humilhação de Cristo voluntariamente aceita por Ele (humilhou-se, servilizou-se)* resultando na sua exaltação; “…deu-lhe o nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho…”.

2- O Messias, O Homem de Dores - Isaías 53. 1-3.
Segundo alguns eruditos (se eles estão certos) o servo descrito no capítulo cinquenta é considerado um mártir, porém, confiante no Senhor, esperando que ele o ajudaria, o recompensaria (50.7,8,9).
No texto anterior (52-13-15) Deus fala da humilhação e da exaltação de seu servo (agiu com prudência), sofreu para beneficiar outros.
Nestes versos há uma pergunta: “quem creu… e a quem foi revelado o braço do Senhor”?
A pergunta parece referir-s ao conteúdo anterior (52.13-15). O relato continua a falar do servo na sua aparência desfigurada, consequência dos sofrimentos que lhe são infringidos. Há alguns dias alguém me fez uma pergunta intrigante sobre a pessoa física de Jesus. Havia ouvido numa certa reunião de estudo bíblico (com base neste texto) que o homem Jesus era pequenino, magro, aparência desagradável, etc. Bem, o melhor é não perder tempo indo ouvir insípidas “tolices”. O texto é claro ao descrever a aparência desfigurada por causa de castigos aplicados a Jesus (releia novamente Jo 18.1;19.37 e paralelos).
“Era desprezado, rejeitado… um homem de dores… como um de quem os homens escondem o rosto…”. Jesus não era pessoa de aparência repulsiva. Os Evangelhos registram as pessoas se aproximando de Jesus, até disputando para se aproximar d’Ele. Os flagelos que lhe foram impostos desde que se entregou no jardim, até a cruz lhe causaram todo esse aspecto desfigurante.


3- O Messias é Nosso Substituto - Isaías 53. 3-6.
O profeta apresenta o Messias, o Redentor, o Servo Sofredor, o Homem de Dores, como nosso substituto.Neste conjunto de expressões há uma sequência contínua : “Ele e nós”. Ele agindo e nós recebendo as bênçãos. Vejamos em destques:
• Verdadeiramente Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades (53. 4a). Deve-se entender aqui o sentido moral também, e não apenas físico;
• E carregou com as nossas dores (53. 4b);*
• E nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido... Os receptores da profecia consideravam o sofrimento como punição de pecados (os amigos de Jó);
• Mas Ele foi traspassado por causa das nossas transgressões (53. 5a);
• E esmagado (moído) por causa das nossas iniquidades (53. 5b);
• O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele (53.5c);
• E pelas suas pisaduras (feridas) fomos sarados;
• Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho (53.6a);
• Mas o Senhor fez cair sobre Ele as iniquidades de todos nós (53. 6b).
A morte de Cristo foi uma obra efetiva, substitutiva e universal (Jo 19.30; 2Co 5.14.15; 1Jo 2.2).


4- O Servo Aceitou Voluntariamente Seu Sofrimento - Isaías 53. 7-9.
Seria inaceitável pensar aqui do servo como sendo Israel. O servo é descrito como pessoa, como indivíduo.
A leitura do aprisionamento do Senhor Jesus, de seu julgamento, sua crucificação é a melhor interpretação e constatação de que este conteúdo se refere especificamente ao Senhor Jesus, o Messias Redentor (Mt 26.36-56; 57-68; 27.11-61).
Filipe interpreta este mesmo texto como se referindo a Jesus (At 8.29-35).
Estes versos encerram a narração das afrontas que o Messias sofre de seu próprio povo.
Todas as acusações são injustas, são falsas. Mansamente suporta toda a pressão, sofre sem queixas, sem ameaças... No auge do sofrimento intercede pelos seus inimigos (53.12; Lc 23.34; 1Pe 2. 22,23).

5- O Sofrimento do Messias Estava nos Planos do Senhor - Isaías 53.10.
O fato em referência não foi um acontecimento ocasional. Não foi uma solução de emergência. Os horrores, as dores, a moedura (esmagamento) do Servo compunha o conjunto dos recursos de Jeová para consumar seu propósito. Quando na sua presciência (onisciência absoluta) nos elegeu em Cristo, nos chamou (Ef 1.4; 1Pe 1.1,2; 5.10; 1Tm 6.12; 1Ts 2.12; 1Co 1.9) para sermos filhos e herdeiros (Rm 8.16,17), o Messias já era o Servo Sofredor (Ap 13.8), no propósito (nos planos) de Deus (Ef 3.10,11).
“Foi do agrado (da vontade) do Senhor esmagá-lo, fazendo-o enfermar…” (3.10).
O homem imagem e semelhança do Criador pecaria, não preencheria as expectativas de Deus quanto ao seu propósito. Lá estava o Messias (Is 42.1; Mt 3.17; 12.15-21; 17.5; Lc 3.22; 9.35). O Messias, conhecido na eternidade, manifestou-se na temporalidade, preencheu as expectativas de Jeová, foi moído, consumou sua obra, saiu da temporalidade entrou na eternidade, cheio de gozo, por ver o fruto do trabalho de sua alma, outorgando-nos, assim, o seu Reino Messiânico (glorioso, perfeito, eterno), o propósito eterno de Jeová.


APLICAÇÕES

1- A mensagem dada nos dias de Isaías sobre a esperança messiânica, isto é, que Deus no tempo próprio por intermédio dele restauraria Israel, cumpriu-se na Obra do Cristo. Hoje vivemos a Esperança da manifestação do Reino em plenitude. Devemos vivê-la de maneira digna do Messias apontando a necessidade do arrependimento e conversão de nossos contemporâneos (At 3. 18-21).

2- Precisamos considerar com temor e quebrantamento a bondade de Deus, que nos amou sempre (desde a eternidade) concedendo-nos em Seu Filho a graça da salvação (2Tm 1.8-10). Sua fidelidade se mantém em todo o processo da história, em coerência perfeita, prosseguindo em seu objetivo geração após geração (Sl 100.5).


GLOSSÁRIO E NOTAS EXPLICATIVAS

• Reconciliar Consigo a Raça - A verdade bíblica é: ‘Todos pecaram”. Logo todos estão separados de Deus (Rm 3.23, Sl 14 e 53). A Bíblia nos permite afirmar: toda a Revelação registrada nos dois Testamentos é a Revelação da sua bondade, de seu amor para conosco.
O fruto desse amor é o Messias. Por meio dele, de sua obra redentora nos chama a todos para o restabelecimento de relações adequadas com Ele. A proposta de reconciliação é universal (2Co 5.14,15). Só fica na perdição quem não recebe a mensagem, ou a recebe e rejeita.

• Servilizar-se = tornar-se servo ou fazer-se servo (Fp 2.7). Em muitas construções gramaticais, especialmente quando trabalhamos na voz reflexiva, podemos recorrer à supressão de verbos auxiliares. Este é um caso característico:
Veja como fica mais fácil e preciso. Jesus se fez ou fez-se servo. Usando o recurso, diz-se Jesus servilizou-se.
LEITURAS DIÁRIAS:

segunda-feira Is 42.1-13
terça-feira Is 45.14-25
quarta-feira Is 50.1-11
quinta-feira Jr 8.4-22
sexta-feira Ez 20.33-39.
sábado Ez 36.16-38
domingo IS 52.13-53.12

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