terça-feira, 13 de dezembro de 2011




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Messianismo (III). O Reino Messiânico

Texto básico: Daniel 7.9-14; 18.22,26,27

Introdução: A Bíblia começa dizendo :“No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1), e termina dizendo: “A graça do Senhor Jesus seja com todos” (Ap 22.21).
Entre estes dois extremos encontra-se o “script” do drama existencial humano; o registro histórico do homem, de suas ações, de suas expressões de vida, de seus erros e acertos; de seus empenhos na busca de realização plena – plenitude de contentamento.
O caminho percorrido é longo; muitas vezes marcado, assinalado por sangue, suor e lágrimas; por dores, suspiros e gemidos, etc.
Por quê?… Como?… Para Quê? Já lhe subiram à mente tais considerações? tais perguntas ? Ou você é daqueles que vivem por viver? Seu “barquinho” desliza indiferente pelo “rio da vida” porque tem de ser assim?
Creio que tudo tem propósito, finalidade, dentro de um plano maravilhoso, bem elaborado com sabedoria, com justiça, com amor, bem querer. “Deus é BOM”. (Sl 106.1).
Vamos recapitular um pouquinho.

1- Relembrando a Bíblia.
Houve um tempo quando Deus-Pai, Filho, Espírito Santo – a divindade – era a única realidade. Impossível ao nosso entendimento ultrapassar isto. Pensemos agora de Deus, de tudo o que Ele é e possui. Sua bondade intrínseca o leva à decisão de partilhar seus bens, riquezas, glória, natureza, etc.
Para alcançar esse desejo santo há que haver seres capazes de se relacionar com Ele adequadamente. Pensaram – Pai, Filho, Espírito – trazer tal “espécie” à existência: “façamos o homem…” (Gn 1.26). Mas, para isso, esse ser precisaria de um “lar” para habitar, subsistir, reproduzir-se, tornar-se multidão, pois a “casa do Pai”, o céu, é grande.
Ora, para estabelecer tal “lar” seria necessário inseri-lo estavelmente num contexto maior. Foram criados os céus, e a terra, nosso lar temporário, adequado à primeira etapa existencial. Isto feito, o “bebê” chegou, uma imagem e semelhança da divindade.
A divindade (trindade santa) avalia tudo, e admirada exclama: “eis que tudo está maravilhosamente bem! É muito bom! Transbordamento de alegria.

2-Relembrando ainda a Bíblia.
Entra em cena o “perturbador”, o ser maligno, que no seu agir na criação de Deus expressa sua malignidade. Pela mentira, pela sua hermenêutica, seduz a criatura e fá-la rebelar-se. A declaração de Gênesis 3.17, “maldita é a terra (solo, porção cultivável) por causa do que fizeste” é o contraste de Gênesis 1.31. Lá alegria plena; aqui tristeza.
Em Gênesis 3.15, Deus revela à serpente (Satanás) que não foi apanhado de surpresa. Apresenta seu plano redentor – “o descendente da mulher”. De lá até hoje Deus está trabalhando na história, para no tempo próprio invalidar definitivamente toda a ação de Satanás e manifestar a restauração de todas as coisas, consumar seu eterno propósito, o “Reino Messiânico”, no qual viveremos eternamente em relações adequadas com o nosso Deus, por meio do seu Messias (o Ungido) o Senhor Jesus Cristo, e tudo será novamente, eternamente, maravilhoso, esplendidamente bom.

3-O Reino Messiânico na Perspectiva Israelita.
O messianismo permeia todo o Antigo Testamento. Os Israelitas entendiam que Davi era um tipo do Messias e que seu reino era um tipo do Reino Messiânico. Entendiam que o Messias seria um descendente de Davi e que num momento da história esse reino seria restaurado como o “reino de Israel” (At 1.4; Is 1.26,27).
Jeremias falou desse tempo, profetizando acerca da restauração do cativeiro babilônico (Jr 30.8,9). Ezequiel igualmente profetiza nessa direção (Ez 34.22-24; 37.24-28; Os 3.5). Ainda hoje, os judeus que não se converteram continuam apegados a esta perspectiva, na esperança de que o “Messias” sairá de seu meio, será um descendente de Davi e Israel virá a ser o que dizem essas profecias.
Outras profecias de Isaías são igualmente tomadas como ainda não cumpridas, e terão sua consumação na manifestação do Messias, descendente de Davi, que virá (Is 45.14-25; 51.3,6,11-16; 54.1-6; 56.6-8; 60.1-22; 62.1-12; etc).
Israel teve sua missão histórica para anunciar a salvação entre seus contemporâneos (Is 49.6; 42.6; Sl 67.1-7; Sl 96.1-13); e para trazer ao mundo o Messias, o descendente de Davi, o salvador da humanidade (Mq 5.2-4; Is 9.6; 40.10,11; Mt 2.1–6).
Nenhuma dúvida resta quanto à autenticidade do Messias, o Jesus de Nazaré. Os registros do Novo Testamento são abundantes. Sem desenvolver os textos, vejamos alguns (Mt 2.1,2,5,6; Mt 16.16; Mt 25.63,64. Mc 14.61,62; Lc 2.10,11; Lc 3.21,22; At 2.36; At 9.4,5,20,22; etc).

4- Jesus, o Messias, Consuma Sua Obra Redentora; João 19.30.
O relato de Isaías 52.13 a 53.12 encontra seus paralelos nos quatro Evangelhos.Recomendamos sua leitura cuidadosa. Em João, os acontecimentos estão registrados em 18.1 a 19.37, em Mateus, logo após a confissão de Pedro, Jesus adverte os discípulos de que a Missão do Cristo (Messias) requereria seu sofrimento, seu sacrifício, incluindo a morte (Mt 16.20, 21; 20.17,19; Lc 9.22; 24.46; Jo 1.29).
João registra em 19.30: “Então Jesus, depois de ter tomado o vinagre, disse: está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.”..
Os acontecimentos da cruz e todos os sofrimentos do Messias eram necessários à nossa salvação. Jesus fez a obra expiatória completa, perfeita. Todas as exigências da reta justiça de Deus em relação ao pecado estavam satisfeitas. João registra a declaração de Jesus com um verbo cujo sentido é realizar com perfeição (sem faltar coisa alguma) no particípio perfeito passivo. “Tem sido consumado” e permanece nessa condição eternamente.*
O Reino é oferecido a todos os seres (indivíduos) humanos indistintamente. Deus requer arrependimento (mudança de entendimento), fé na pessoa e obra de Cristo. Vem o perdão, a justificação, o ingresso no Reino.*
As profecias do Antigo Testamento se cumprem no Messias, no Novo Testamento. O Messias recebe o nome de Jesus (o Cristo). O Reino de Israel recebe o nome de Reino de Deus (Reino dos Céus). Judeus e gentios (nações, povos) têm acesso a ele por meio do Filho de Deus (Rm 5.1,2; Ef 2.13-18).

5- A Natureza do Reino Messiânico - Daniel 7.9,10,13,14,18,22.
Nos textos acima podemos destacar o que foi mostrado ao profeta Daniel:
Visão* dos tronos e o ancião de dias se assenta num deles. A descrição é semelhante à de Apocalipse 1.10-14 e 20.4. A ideia aqui é de julgamento. A manifestação do Reino começa com o Ancião (Filho do homem), Jesus fala algo semelhante em Marcos 8.38, Mateus 16.27. Haverá julgamento, justa retribuição (2Co 5.10). Em Mateus 25.31-46, Jesus fala do Juízo Final. Os justos receberão o Reino (gozo eterno) e os injustos irão para um lugar preparado especificamente para o Diabo e seus anjos (demônios).

O Reino* é universal e eterno: O ser “um como filho de homem “dirige-se ao ancião; é-lhe dado domínio , glória, um reino no qual todos os povos, nações e línguas o servem; domínio eterno, nunca terá fim (7.13,14). Portanto, Reino Justo, Eterno, Universal (Dn 2.44; Dn 10b).

• O Reino Pertence aos Santos: Dn 7.16,22,27. Os santos reinarão com domínio eterno (para todo o sempre – 7.18). Há julgamento e os santos entram na posse do Reino (7. 22). Todos os reinos servirão ao Altíssimo (Dn 7.27).

6- O Reino Caracterizado no Novo Testamento.
São muitas as descrições do Reino na Revelação da nova aliança. Destaquemos algumas, especialmente descrevendo-o como a renovação (restauração) de todas as coisas.

• Jesus ensina que o Reino se manifestará com seu reaparecimento, julgamento universal, justa retribuição a justos e ímpios, sendo encaminhados às suas heranças (Mt 16.27; Mc 8.38; Lc 9.26; MT 25.31-33,34. Vinde… “porque” 35-40); 41: apartai-vos” (porque: 42-45,46: vida eterna e castigo eterno.*

No Apocalipse* encontramos as mais lindas, preciosas descrições do que são as experiências dos salvos, no Reino Messiânico (Céu).

7. 9-17* Multidão inumerável de todos as nações, povos e línguas (universalidade); em pé diante do trono, em presença do cordeiro (Messias); verdadeira adoração (7.9-12 ); lavados no sangue do cordeiro, por isso… diante do trono (7.15); Nunca mais fome… sede, ... fadiga física (7.16); apascentados pelo cordeiro (Messias).

• Apocalipse 21.22 (novos céus: nova terra: Is 65.17; 66.22; 2Pe 3.13 ). As descrições de Apocalipse, vinte e um e vinte e dois, ficam como exercício para nossos queridos irmãos ler, esboçar, destacar, antegozar todas as delícias do Reino Messiânico, ajuntando-se por antecipação àqueles que lá estão, em genuína adoração.
Quantos queridos nossos lá estão na plenitude de gozo!
Em 1976, ao partirmos para o campo missionário, nosso coral e outros grupos musicais gravaram uma coletânia de hinos e nos ofereceram. Entre eles está: “Deus mesmo revelou novo céu e nova terra”. De quando em vez, aqui na minha biblioteca, enquanto “garimpo” a Bíblia e outros livros, ponho o CD para rodar, pensando naqueles que já cantam lá. Pegue seu cantor Cristão e cante aí o hino 497. Pense na sua mensagem. Deus o abençoe.

7- O Reino Messiânico e Missões.
O Messias ao ser ressuscitado deu ima ordem à Sua igreja: Ir ao mundo inteiro e dizer que a morte morreu. Há vida e a vida está n’Ele (2Tm 1.8-11). É impossível ao salvo pelo Messias, tendo sido feito herdeiro e co-herdeiro de Deus com Ele (Rm 8.16,17), permanecer indiferente. O mundo precisa conhecer o Messias.
Nestes dias quando ímpios lutam por transformar o Brasil numa nova Sodoma, que estamos fazendo? A Salvação do Brasil está no Messias. “Quando os fundamentos estão sendo destruídos, o que deve fazer o justo?” (Sl 11.3).

APLICAÇÕES:

1-Deus nos agraciou com sua bondade.Perseverou em nos salvar, trabalhando no seu propósito eterno, feito no Messias antes da fundação do mundo. Manifestou-O no momento próprio, para realizar a obra de redenção. Continuou trabalhando e fez a mensagem messiânica (o Evangelho) chegar a nós. Louvemo-lo, sinceramente, por tudo isto. Sirvamo-lo com zelo, dedicação, com gratidão e amor. Olhemos para o Messias e servilizemo-nos por Ele, como Ele servilizou-se por nós (Fp 2.5-9).

2- Vivendo a expectativa da posse concreta de nossa herança (Rm 8.18-23), lembremos seu mandamento em Mateus 6.33. O Messias nos ama (Rm 5.8) e todos os seus ensinos e mandamentos objetivam nos abençoar.

3-Consideremos e valorizemos a obra redentora do Messias e igualmente a pessoa humana, apresentando-lhe a Salvação. O resumo da Lei e dos profetas é: “Amar adequadamente a Deus e ao próximo” (Dt 6. 4,5; Mt 22.37-40). Pratiquemos isto.
Sejamos missionários. Tornemos nossas igrejas missionárias (At 1.8).

GLOSSÁRIO- NOTAS EXPLICATIVAS..

João 19.30* – “Está Consumado”. O sacrifício vicário do Messias foi plano de Deus. Era necessário, o próprio Cristo o declara (Lc 24.44). O contexto de João é de que Jesus estava plenamente consciente do propósito e da necessidade. Ele sabia o momento próprio durante seu sofrimento, quando havia preenchido o requerido na justiça divina, para que esta se manifestasse, e o Pai pudesse justificar (perdoar a culpa do pecador: Rm 5.1), possibilitando a reconciliação. O Verbo que João emprega tem o sentido de “fazer completamente” (com perfeição). O tempo e modo da ação (particípio perfeito passivo) indica que algo foi feito de modo completo e os efeitos (resultados são permanentes – uma ação irretroagível). A tradução rigorosa é: “tem sido consumado”, o débito está definitiva, perfeita e completamente quitado.
A Vulgata (Bíblia oficial do catolicismo romano) traduz: “Consumado está”. Excelente tradução. O significado é Tudo está feito. Todo que se reconhecer pecador, crer no Senhor Jesus Cristo, arrepender-se de seus pecados é salvo.

Ingresso* no Reino de Deus. Significa ser admitido no Reino, mediante a condição acima. Consciência de pecado, mudança de atitude para com Cristo (adequar-se a ELe). Apropriar-se d’Ele como salvador e Senhor.

• Vida eterna… castigo eterno.
Nornalmente toma-se a palavra “eterna” no sentido adverbial, pensando na extensibilidade, durabilidade, ilimitabilidade, algo que não tem fim; nunca cessará de ser. É correto pensar assim.
Acontece que a palavra da qual traduzimos “eterno/eterna” é também um adjetivo, fala de qualidade. Portanto é empregada também para qualificar essa vida que nunca terminará, mas que é uma vida perfeita, como a que se descreve no Apocalipse, como vimos nesta lição.
Daí, o contraste com “castigo eterno”, “sofrimento eterno”. O salvo e o perdido, existirão sempre. O salvo vive, goza, alegra-se. O perdido “vegeta”, sofre, para sempre.


LEITURAS , DIÁRIAS:

segunda-feira Is 62.1-12
terça-feira Is 65.17-35
quarta-feira Jr 31.31-49
quinta-feira Ez 34.11-31
sexta-feira Mt 25.31-46
Sábado Ap 7.9-17
domingo Dn 2.36-44; 7.9-14,18,22,26,27

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