sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Uma igreja que valoriza a essência mais do que a aparência

Texto Bíblico: Mateus 23.1-31

Introdução: A igreja é um organismo, corpo vivo de Cristo, que louva, dignifica e exalta o seu nome. Também é uma organização, uma sociedade singular, um ajuntamento de pessoas que nenhum outro a ele se iguala. Ela é guardiã da verdade eterna, prega o evangelho anunciando as virtudes dos céus (1Pe 2.9), e caminha desenvolvendo ações pastorais, educacionais, missionárias e sociais. “É a igreja que, na palavra escrita e falada, assim como na vida e conduta de seus membros, confronta o homem com Jesus Cristo”.
A vida da igreja e suas ações no mundo devem exalar “o bom perfume de Cristo” (2Co 2.15).
O tempo do farisaísmo, da religião legalista, do orgulho ostensivo por comandar ou manipular os outros, da busca pelo poder religioso como promotor da figura humana (Mt 23.5) e da falta de sensibilidade, precisa ficar para trás, cedendo espaço a sentimentos e atitudes mais nobres e cristãs (Hb 6.9). É certo que nem todos os fariseus agiam assim, da mesma forma como, em nossos dias, postura assim não é a regra geral (Ef 6.6).
Algumas atitudes devem ser tomadas por nós, a fim de que evitemos confundir aparência com essência.

I -Conhecer o que crê

A vida cristã não pode ser fruto de regulamentos religiosos produzidos por homens ou instituições, que firam o conteúdo do “manual do fabricante”, que sufoquem a consciência, que torçam a essência, onde o mais importante não é agradar a Deus, que conhece o coração, mas aos homens (1Ts 2.4;4.1; At 4.19,20).
Os grandes erros apresentados pelos fariseus foram: a autonomia espiritual, ensinar uma coisa e fazer outra, aumentar o jugo quando Jesus suavizou-o (Mt 11.29,30), desejarem os primeiros lugares, quando o Mestre afirmou que os últimos seriam os primeiros (Mt 19.30). Estavam caminhando opostamente a Jesus.
O conhecimento dos fundamentos da fé nos traz da periferia para o centro do evangelho, onde passamos a lidar com o mérito da verdade. Quando Jesus falou dos primeiros lugares nas ceias, das saudações nas praças, do querer ser chamado de Rabi e recomendou que a ninguém na terra chamassem pai ou mestre (Mt 23.6-9), falava de algo que só poderia ser entendido no poder do Espírito, que vivifica, e nunca na mera letra, que mata (2Co 3.6). Jesus não estava normatizando o emprego ou uso técnico dos títulos, mas combatendo o orgulho ou presunção, que leva alguém a apreciar-se em demasia, vendo-se além daquilo que é, exigindo homenagens e honrarias.
Percebe-se que a atitude mais recomendável é reconhecer que somente um é mestre (Mt 23.10). Aqui Jesus enfatiza a sua autoridade como Filho de Deus.
Quando o crente conhece a razão de sua esperança, encontra-se preparado para dar respostas quanto à sua fé (1Pe 3.15,16), valoriza pertencer à igreja por amor a Jesus e por gratidão pela obra da redenção (Ef 1.7-9). Sabe que a igreja não é só um ajuntamento de pessoas, mas uma comunidade de fé, onde os crentes vivem suas convicções, contribuem financeiramente e anunciam a Cristo. O conhecimento permite ter o alimento certo, em quantidades certas, fugindo da ditadura das regras – o legalismo – e apresentando-se como servo, condição em que as honras são consequências do servir bem (Jo 12.26).

II – Aperfeiçoar o que crê

Nossa prática de fé não pode expressar exibição nem orgulho. Jesus condenou a hipocrisia daqueles líderes religiosos ao dizer: “Ai de vós, escribas e fariseus...”, por mascararem a verdade, mostrando ao povo um rosto falso (Mt 23.13-36). A religião legalista vive mais da aparência do que da essência. Ela impede o prazer e a leveza das realizações espirituais (Mt 23.13), valorizando mais a pureza ritual do que a da vida (Mt 23.15). Esse distúrbio pode ser corrigido pelo conhecimento de Deus, por meio da Palavra. Aperfeiçoar o que crê é um dos pontos essenciais no trabalho cristão: demanda investimento contínuo, trabalho árduo e permanente. Por que se faz necessário o aperfeiçoamento do que se crê? Porque, embora a salvação seja um ato (Ef 1.13), a santificação é um processo (Fp 2.12).
Aperfeiçoar-se requer disciplina e disponibilidade. Muitos até dizem que gostariam de aprender mais da Palavra, servir mais e melhor ao Senhor por meio da igreja local, mas nunca estão disponíveis, colocam empecilhos em tudo (Lc 9.59-62; 14.15-20).
Crer é também pensar e pensar demanda trabalho árduo, por isso muitos crentes em Jesus não querem amadurecer na fé, porque para tanto vão precisar, não apenas receber as doutrinas mas estabelecer-se nelas (At 2.42), edificando suas vidas no fundamento dos apóstolos (Ef 2.20).
Precisam conhecer as bases da fé e as doutrinas em que afirmam crer; caso contrário, serão levados por qualquer vento de doutrina (Ef 4.14); não trabalhando no Reino, mas dando trabalho aos trabalhadores desse Reino.
Também não podemos nos esquecer de uma outra tarefa de ato contínuo para o aperfeiçoamento do que se crê – o enchimento do Espírito Santo (Ef 5.18); pois é Ele quem nos impulsiona a buscar conhecer mais e mais da obra que o próprio Espírito deseja fazer em nós.
Quando buscamos conhecer e continuar conhecendo o Senhor, mais nos aprofundamos, criamos raízes fortes e profundas e ampliamos a nossa visão e entendimento do que Cristo deseja para a sua igreja.

III – Utilizar-se do que se crê

Certa vez um líder de juventude, incomodado com a inércia de seus liderados, lançou a seguinte pergunta: Para que nós estamos sendo treinados? Para morrer? Na época, achamos até engraçado, mas depois concordamos e saímos à luta.
A pergunta daquele líder também deve ser a nossa nos dias de hoje. Para que estamos sendo aperfeiçoados durante todo o tempo?
Creio que as respostas nós já as temos. Primeiramente, a fé e o equipamento que os salvos recebem são para viver a vida aqui na terra. Não é fácil viver. Estamos expostos aos embates, sofrimentos, angústias e principalmente à luta diária contra “o pecado que tão de perto nos rodeia” (Hb 12.1).
É preciso ter fé e conhecimento de Deus por intermédio de sua Palavra, pois onde não há conhecimento do que se crê, o povo se corrompe (Os 4.6).
Mas continuamos perguntando: crer para quê?
Além de crer para a própria vida, precisamos viver essa vida em comunhão: com Deus, com a família, com a igreja e com a sociedade. Não podemos nos portar como estranhos ao nosso meio; pois somos chamados para sermos santos (1Pe 1.15,16), diferentes, mas não estranhos ou esquisitos.
É nesses contatos que surgem oportunidades de colocarmos em prática aquilo que levamos aprendendo a vida toda.
A igreja é prenúncio do céu; é nela que recebemos treinamento para vivermos na “comunhão eterna”.
De nada adianta recebermos alimento espiritual da melhor qualidade se não utilizarmos, compartilharmos esse alimento. Quando isso não acontece, tornamo-nos “obesos da fé”. Seremos aqueles que aprendem sempre, sem nunca chegar ao conhecimento (2Tm 3.7); este não tem utilidade se não for colocado em prática – é a mesma relação que existe entre o ensino e a aprendizagem.
A essência do ser igreja é louvar a Deus, mas também compartilhar tudo aquilo que de Deus tem recebido (2Tm 1.7-12).

Para pensar e agir

• Não dá para viver de aparência, de superficialidade e de engodo. A vida com Deus é consistente, marcada pela sinceridade, pela essência e pela beleza interior aos olhos benditos do Pai, que tudo vê, conhece e avalia não só a partir do que foi feito mas pela forma como se fez. Ser igreja é viver de modo integral: sabendo quem é, a missão, o caminho a ser percorrido e o objetivo a ser alcançado. Você sabe por que é cristão e o que deseja para a sua vida?
• Crer é importante, mas continuar crendo é mais importante ainda. O conhecimento é dinâmico como dinâmica é a vida. Seu conhecimento, sua fé aumentaram ou são os mesmos “daquela época”?
• Viver a essência do ser igreja é ter alegria de compartilhar o “alimento espiritual”. Aquele que compartilha a sua fé alimenta outros e fica livre de uma doença chamada “obesidade espiritual”.

Leituras diárias:
segunda-feira – Mateus 5.33-37
terça-feira – 1Pedro 3.8-17
quarta-feira – Atos 3.12-26
quinta-feira – Marcos 8.10-21
sexta-feira – Mateus 6.1-8
sábado – Isaías 29.1-16
domingo – Lucas 20.41-47

Um comentário:

Blog Safira Santos disse...

Graça e Paz pastor muito importante esta postagem pois é o que estamos vivendo hoje são igrejas vivendo de aparencias e nós precisamos expor com toda autoridade que nos foi comcedida como ministros do evangelho que igreja só será considerada por Deus aquela que tiver a essencia do evangelho centralizada em Cristo Jesus. A igreja de aparencia poderá aparecer no inferno por não cumprir os proprósitos de Deus de transformar e salvar o pecador. hoje o que encontramos na maioria das igrejas são as meias verdades do evangelho e a inversão dos valores bíblicos, os princípios divinos estão substituidos pelos métodos modernos de muitos pregadores da palavra de Deus se é que são pregadores. parabéns pastor que Deus continue a te abençoar e que este canal sirva para mostrar as verdade divinas e abrir os olhos de muita gente.

Quem sou eu

Minha foto
Igreja Batista Ebenézer. Uma igreja que AMA você!