quarta-feira, 23 de março de 2011

DECISÕES PARA A EFICÁCIA MISSIONÁRIA

Textos Bíblicos: João 4.31-42; 1Coríntios 3.5-7; Atos 15.4,5; Romanos 15.1; Atos 9.31
Estamos encerrando um trimestre de estudos sobre Missões e Evangelização. Nesta lição final desejo compartilhar algumas decisões que são importantes para que haja resultado prático em nossa maneira não apenas de ver, de enxergar o assunto, mas a maneira agradável e saudável de vivermos a plenitude da fé, que é o compartilhar desse dom inefável de Deus , o evangelho da graça.
Decisões sempre envolvem compromisso, seriedade e passam pelo aspecto volitivo. É a nossa vontade em exercício. Decisões envolvem sentimento e força. Avaliação e busca. Portanto, existem momentos em que precisamos decidir para que a tarefa inacabada, a obra missionária, a ação evangelizadora seja eficaz. Precisamos, portanto, reafirmar, desenvolver e aplicar os seguintes princípios:

1. A URGÊNCIA DA NOSSA MISSÃO COMO IGREJA, QUANTO À OBRA MISSIONÁRIA PRECISA SER NOVAMENTE ENFATIZADA (João 4.31)
Precisamos agir e investir hoje e agora. Porque, se não agirmos agora, então quando será? Se não formos nós, você e eu, então quem será? Se não for aqui, então onde será?
Precisamos entender e aceitar o custo de nossa Missão, se é que pretendemos ser eficientes. Não há cumprimento da Missão nem tampouco obra autêntica sem renúncia e espírito de abnegação.
Essa urgência envolve o nosso compromisso com o evangelismo integral. Não deve ser um evangelismo social, mas também não pode ser um evangelho para a alma somente. Os valores de integridade pessoal e vida espiritual autêntica precisam ser reconhecidos como uma base de uma obra missionária eficaz.
Essa urgência passa pelo entendimento de que para Deus só existe missões e não da maneira como nós dividimos essa obra. Jesus disse: “Tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia, Samaria e até os confins da terra” (Atos 1.8). Carey teria dito: “Onde houver uma alma perdida, aí está um campo missionário”. A intensidade de nosso sentimento missionário deve ser o mesmo diante do pecador, esteja ele aqui, ali ou acolá. O pecador em qualquer lugar que esteja precisa ser foco de nossa ação.

2. NÃO PERMITAMOS QUE NOVAS BARREIRAS SEJAM CRIADAS, PRINCIPALMENTE AS BARREIRAS DENTRO DE NÓS MESMOS (1Coríntios 3.5-7)
Não podemos construir novas barreiras no lugar daquelas que Cristo desfez. Não podemos construir barreiras do nacionalismo, regionalismo criando animosidades, orgulho, ciúmes e falta de perdão, colocando missões como disputa de nossos interesses pessoais e conveniências próprias. Essas coisas ofendem a Cristo, o autor de nossa fé. Não esqueçamos que aquilo que se torna uma ofensa a Cristo também o é para a igreja e para o mundo que tanto queremos ganhar para o reino do Senhor.
Precisamos como igreja ser um modelo visto por todos que dependem da graça salvadora. O mundo quer ver a ação de Cristo por nosso intermédio. Será quase impossível continuar a proclamar que Jesus perdoa, une, restaura, unifica , faz de dois um só povo enquanto os comunicadores dessa mensagem viverem atrelados a uma arrogante divisão em nome de uma defesa que nem sabemos qual, pondo-nos como inimigos uns dos outros.
Estou admitindo que nossa energia, recursos, planos e estratégias estão mais no aspecto administrativo. Missões deve ser o grande ponto de convergência. Chega de tantas reuniões que nos fazem olhar mais para trás do que para frente. Chega de encontros que nos fazem criar neuroses por questões administrativas, algumas irrelevantes, egoístas e presunçosas.
A igreja é o resultado da obra missionária. Pregamos, proclamamos e fazemos missões para agregar à igreja os que estão sendo salvos.

3. FAZ MAL À OBRA MISSIONÁRIA CONFUNDIRMOS NOSSA FÉ COM MORALISMO (Atos 15.4,5)
Facilmente esquecemos a atitude acolhedora de Jesus, que não manda a samaritana embora, que não se afasta dos publicanos e pecadores.
Nossa atitude deve ser sempre a de combater o pecado, mas não podemos esquecer que Deus ama a todos os pecadores. A nossa missiologia não pode ser voltada apenas para os pecadores considerados bons e desprezando os marginalizados. Nesse ponto parece-me que a nossa obra missionária às vezes se assemelha mais aos religiosos oficiais do tempo de Jesus, cuja ação era mais proselitista do que uma ação transformadora na sociedade.

4. E PARA TORNAR A PALAVRA UMA AÇÃO TRANSFORMADORA É PRECISO ENTENDER E DIALOGAR COM O MUNDO NO QUAL VIVEMOS A PALAVRA (Romanos 15.1)
Dialogar não é ceder valores, nem negociar com o evangelho. Dialogar precisa ser uma atitude inteligente de conhecer o contexto. O contexto da igreja não é o nosso culto, projetos e programas. O contexto da igreja é o mundo. São os horrores que nos cercam. Jesus disse: “Assim como o Pai me enviou, eu vos envio a vós”. (João 20.21).
Vivemos em um mundo com cidades caóticas e desorganizadas; ainda assim, é preciso entender este mundo e não demonizá-lo. Estamos diante de pessoas sem esperança, perplexas diante de uma realidade que não compreendem e que as oprime de todos os lados, no trabalho ou na falta dele, na família ou também na falta dela.
O mundo que Jesus ama é hoje composto de bilhões de seres humanos que são diariamente esmagados por pobreza e fome, desastres, corrupção, exploração e opressão, abuso, doenças e drogas. Missões há de ser uma atitude constante de encarnar a realidade do evangelho na realidade deste mundo, sem assumir a sua forma.
Isto significa que a nossa obra missionária se faz num contexto conflitivo. Esses conflitos surgem como resultado do choque da visão cristã do homem e da história, com a realidade do mundo tal qual ele se apresenta.
Missões é caminhar com Cristo e caminhar com Cristo implica necessariamente caminhar com as pessoas pelas quais Ele morreu. É sofrer e alegrar-se com elas.
O objetivo é apresentar a proposta salvadora de Jesus de modo atraente e contagiante para esta sociedade. É necessário tomar uma atitude de acolhimento, principalmente daqueles e daquelas que são marginalizados pelo sistema.

5. PRECISAMOS TER UMA VISÃO MISSIONÁRIA PRODUZINDO IGREJAS FIÉIS AO EVANGELHO (Atos 9.31)
Que crescimento é este que não muda os valores da sociedade, que não consegue influenciar com voz profética uma nação que não se cansa de fazer leis injustas e onde a corrupção, maldade, ganância domina muitos de nossos governantes? Missões há de ser neste tempo moderno uma voz profética da igreja.

PARA PENSAR E AGIR
Missões é muito mais do que um programa ou projeto, é mais do marketing e propaganda. É mais do que papel couchê, é mais do que um slogan bem elaborado, é mais do que uma peça literária.
Cumprir esta tarefa precisa ser resultado do constrangimento do amor de Cristo em nós, muito mais do que simples apelos aos aspectos sensoriais da carne. Creio que este é um aspecto em que temos muito para aprender.
Missões precisa ser um modo de vida conforme dito por Jesus: “sal da terra e luz do mundo” (Mateus 5.13). Deixe de ser uma apoteose ou peça teatral para ser a integridade de nossos corações quebrantados e contritos, porque a tais pessoas Deus não desprezará.
Quando Barnabé e Saulo iniciaram a sua viagem, deram um passo que mudou toda a história do mundo até agora e que terá grande influência sobre as gerações que ainda não nasceram.
A história da igreja é um panorama de conquistas e vitórias. A história da igreja é um panorama claro da graça de Deus se estendendo e alcançando gerações e povos porque a mão do Senhor Deus sempre esteve presente conduzindo. E é esta mesma mão do Senhor, que conduziu a obra missionária até aqui, que continuará dirigindo e fazendo dessa sua obra hoje e sempre vitoriosa.

LEITURAS DIÁRIAS
segunda... João 4.31-42
terça... 1Coríntios 3.5-7
quarta... Atos 15.4,5
quinta... Romanos 15.1
sexta... Atos 9.31
sábado... Mateus 5.13
domingo... João 20.21

Nenhum comentário:

Quem sou eu

Minha foto
Igreja Batista Ebenézer. Uma igreja que AMA você!