quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Ainda há lugar


Texto básico: Lucas 14.15-24
Parece que Deus é festeiro e que gosta de casa cheia. E ao que tudo indica, gosta de servir banquetes. É disso que trata a parábola da grande ceia. A eternidade com Deus é ilustrada pela figura de um grande banquete oferecido pelo Rei (Jesus), aos seus convidados. Interessante notar que para Jesus, por ocasião do seu nascimento em Belém, não houve lugar (Lc 2.7). Mas o Senhor da vida veio justamente anunciar que há lugar (v.22). E temos somente uma vida, a que vivemos, para respondermos a esse convite.
O que é incrível nesta parábola é a rejeição das pessoas. Você deve ter conhecimento de gente em sua igreja que ficou chateada porque não foi convidada para uma festa de casamento, mesmo sabendo que os noivos não tinham dinheiro para bancar mais gente, ou que houve um esquecimento involuntário. Quem sabe você mesmo não ficou assim um dia... tudo por causa de uma boa festa e uma boa dose de imaturidade também. Pois bem: como explicar então que a maior festa de todos os tempos está sendo preparada por Deus para nosso encontro com Jesus, e ainda assim haver gente recusando o convite? Que tipo de gente é essa que vai perder a grande celebração, chamada no Novo Testamento de Bodas do Cordeiro?
1. Os negligentes (vv.18-20; Mt 22.3,5a)
Jesus fala de gente que se justificou dizendo que tinha coisa mais importante para fazer. A fim de destacar a incongruência das justificativas o Mestre destaca as desculpas esfarrapadas daqueles homens. Que negociante iria comprar um campo e depois vê-lo? Quem iria comprar gado para depois examiná-lo? Negligentes são aqueles que não dão o devido valor à mensagem do evangelho. Toda e qualquer outra ocupação tomam seu tempo. Deus jamais será prioridade para alguém assim. Para o negligente, Deus e a dimensão espiritual não passam de um apêndice – está presente, mas, se inflamar, é só arrancar que não faz a menor diferença. Negligente é aquele que vive para si, para seus projetos e sonhos de vida.
Negligentes foram os judeus. Eles eram os convidados. Eles receberam os convites pelos profetas. Mas simplesmente se ocuparam de outras coisas que não estavam ligadas ao projeto do Reino.
Nesse sentido, os convidados não eram predestinados, mas sim privilegiados por deterem a Palavra, os mensageiros de Deus (nabi – hebraico – profeta=falar em nome de Deus) e terem ciência do convite. Mas o fato é que desprezaram sua importância. Por isso que o Rei fica irado (v.21). Como recusar o convite real?
Bom é que Deus não se deixa engessar. Se alguém o despreza, Ele procurará quem o aceite. Se seu coração é duro, Deus procurará um que seja quebrantado para moldá-lo e transformá-lo. Daí surge o convite para todos. O banquete não é para alguns escolhidos. O banquete é para todos que aceitam o convite. Ou como li certa vez: “Ninguém entra no banquete sem convite; e ninguém fica de fora sem recusá-lo”. Por causa da negligência dos judeus o Espírito direcionou os seus servos para falar aos gentios (At 13). Guarde bem isso: onde houver negligência, Deus procurará outra vida, família e igreja para transformá-los.
Será que você é negligente? Será que você é daqueles que têm tempo para tudo menos para Deus? Você tem sido negligente no anúncio de que para o grande banquete ainda há lugar? Há cadeiras vazias na mesa de Deus que Ele espera que você ajude a preencher por meio do seu testemunho e pregação.
2. Os indignos (v.21; Mt 22.5b-8)
Indignos são aqueles que vão além dos negligentes. Eles extrapolam quando, além de recusarem o convite do Rei, têm a ousadia de matarem os servos dele (Mt 22). A forma como a parábola no evangelho de Lucas acentua a indignidade é a tipificação dos que passaram a constar na lista de convidados. Se é verdade que mataram os profetas (provavelmente Isaías, só para ficar num exemplo, foi serrado ao meio – Hb 11.37), é verdade também que eles se igualaram com esse ato ao tipo de gente que era desprezada em seu tempo: pobres, aleijados, cegos e coxos.
Deus jamais desprezou os desprezados. Deus desprezou aqueles que não o prezavam, considerando-os indignos.
Indignos são aqueles que se acham bons demais para o evangelho. Gente que se esquece da verdade de Romanos 3.23. Gente que acha que a moral dos crentes de uma igreja é a moral do Reino... que engano mais infantil! Indignos são aqueles que veem dignidade em si mesmos, quando na verdade digno é o Cordeiro (principal mensagem de Apocalipse). Quanto a nós, somos dignificados por Jesus Cristo.
Você se considera bom demais para Deus? Perfeito demais para ser de uma igreja? Então lamento lhe dizer: você é indigno. Gente que nada tem, gente que é desprezada por toda uma sociedade e cultura, tornou-se mais digna que você. O que você está esperando para mudar esse quadro?
3. Os mal vestidos (Mt 22.11-13)
É em Mateus que vamos encontrar mais um grupo dos que rejeitam o convite para a maior festa do universo. Trata-se dos mal vestidos. Não se assuste. Deus não está preocupado com moda. Na verdade, essa expressão – “sem veste nupcial” – indica duas coisas:
3a) veste suja – alguém que foi ao banquete do Rei com uma roupa visivelmente suja, sem lavar, cheirando mal. Ora, por que em sendo um banquete do Rei, não se lavou a veste, ou não se usou uma veste limpa? A Palavra de Deus nos garante o perdão (Is 1.18, 1Jo 1.9, 3.3). Por que não lavamos as vestes? Por que não buscamos a santificação? Não é o pecado que nos tira do banquete, mas nossa recusa em lavar as vestes (1Jo 3.9,10). Se alguém não reconhece seu erro, não se arrepende (Mt 18) pode ser que ele, mesmo tendo “cara e vernáculo de crente” não o seja. Um crente não consegue andar sujo. Como bem diz o pastor Ivênio dos Santos: “Não é mais limpo quem nunca se suja, mas quem sempre se lava”.
Você tem se lavado no sangue do Cordeiro? Como andam as suas “vestes”? Alvas como a neve? Ou encardidas pelo pecado?
3b) Veste inapropriada – alguém que se recusou a vestir a veste dada pelo rei. Naquele tempo era comum os reis terem grandes armários com inúmeras vestes para ocasiões especiais. Pessoas pegadas desprevenidas eram instadas a visitarem o “closet real” (um desses armários) para que se trocassem e pudessem se apresentar dignamente diante do Rei. Aquele conviva, ao que tudo indica na parábola, se recusou a vestir a veste que o Rei lhe ofereceu. Era só aceitar... Assim também acontece com a nossa salvação. Deus já propiciou para nós as vestes da salvação (Is 61.10). Há um “closet celestial” onde podemos nos vestir para o grande banquete. Esse “closet” chama-se graça. E todos que a vestirem, todos que a aceitarem, participarão do banquete. A sua melhor roupa não é um traje real. Somente o Rei (Jesus) pode vestir você com roupas de rei. Você quer isso para sua vida?
Conclusão
A mensagem desta parábola é clara: ainda há lugar. Ainda há lugar, porque ainda há tempo de você priorizar o Senhor e não mais ser negligente. Ainda há lugar porque este é o tempo de você abrir mão de sua arrogância e reconhecer que indigno não é o servo do Senhor que traz o recado dele, mas que indigno é aquele que ainda não reconheceu a dignidade do Cordeiro. Ainda há lugar para você se arrepender (Hb 12.27) e pedir para ser lavado pelo sangue do Cordeiro, para tirar essa veste encardida e ser limpo pelo Senhor. Ainda há lugar na mesa do banquete para você. Mas somente se assentará nessa mesa, para a grande festa, quem estiver vestido com os trajes da salvação, que o Rei mesmo dá.
Você quer se arrepender? Você quer vestir os trajes do Rei? Então ore agora ao Senhor e peça que Ele entre em sua vida e mude a sua história.
Leitura Diária

segunda-feira .....Mt 22.1-14
terça-feira .....Sl 23
quarta-feira .....Lc 2.1-7
quinta-feira .....Jo 14.1-6
sexta-feira .....1Tm 2.5
sábado .....Lc 14.7-14
domingo .....Lc 14.15-24

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