quinta-feira, 12 de agosto de 2010

OBEDIÊNCIA À PALAVRA DE DEUS

Salmo 119

Nos seis primeiros estudos deste trimestre aprendemos sobre “Quem é Deus no Livro dos Salmos”. Nesta segunda parte, buscaremos no Saltério algumas respostas para a pergunta: “O que Deus quer de nós?”. Vamos começar nossa caminhada pelo salmo 119, o maior de todos. O salmo tem a forma acróstica, consistindo de 22 estrofes de 8 versos cada uma, totalizando 176 versos. Cada estrofe tem um “título” que corresponde à sequência do alfabeto hebraico, formando uma estrutura simples: 22 letras no alfabeto = 22 estrofes. Todos os versos de uma mesma estrofe iniciam com a letra que lhe dá o título. Assim, todos os 8 versos da estrofe “alefe” (primeira letra do alfabeto hebraico) começam com essa letra, e assim sucessivamente. O tema central é a Lei de Deus, e com exceção de alguns poucos versículos, cada verso é um elogio extraordinário à Lei do Senhor e, em muitos casos, uma declaração de amor a ela.

1. O que é a Lei de Deus

O salmista usa 10 palavras sinônimas para se referir à Lei de Deus, e já na primeira estrofe (vv.1-8) aparecem sete delas. Espalhadas de forma livre pelo texto, cada uma delas contribui para a compreensão total do que é a Escritura. A identificação de cada uma delas no texto em português vai depender da versão utilizada. Pode até ser que estas dez palavras tenham sido cuidadosamente escolhidas para fazer um paralelo com os Dez Mandamentos.

1.1 Lei (tôrâ): É a que ocorre mais vezes (25). Sua raiz verbal “ensinar” ou “dirigir”; e, em decorrência, “lei” ou “revelação”. O termo pode ser empregado em referência a um único mandamento, a um corpo inteiro da lei, especialmente do Pentateuco, ou, ainda, à Escritura na sua totalidade. O termo lembra que a lei não é somente para curiosidade, mas para obediência. É o que Tiago recomenda em 1.25.

1.2 Testemunhos (edôt): Empregada 22 vezes. Em Dt.31.26 é usada para falar da ordem que Israel recebeu no sentido de colocar o livro da lei ao lado da arca da aliança, para que ali estivesse por testemunha (Ed). Indica a franqueza, os padrões elevados, advertências e confiabilidade das Escrituras, como a palavra da testemunha fiel e verdadeira. Por isso, os testemunhos são o deleite, o prazer do servo de Iavé (v.24).

1.3 Preceitos (piqqudîm): Usada 21 vezes, esta palavra é derivada do âmbito de um oficial responsável por investigar de perto uma situação e adotar uma ação subsequente. Assim, a palavra indica algumas instruções específicas do Senhor, como aquele que cuida dos pormenores da vida humana.

1.4 Decretos (huqqîm): Também traduzida por estatuto, ocorre 21 vezes no salmo. Fala da força e da permanência das Escrituras. Isaías fala disso com clareza: “Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente” (Is 40.8, cf. Is 30.8).

1.5 Mandamentos (misvôt): Ocorre 21 vezes e destaca a autoridade intrínseca daquilo que é dito. É o direito inerente de dar ordens, não apenas o poder pra convencer ou persuadir, ou seja, a Palavra de Deus tem autoridade inerente.

1.6 Juízos (mispatîm): Também significa “ordenanças” e é usada 19 vezes. Refere-se às decisões do Juiz que tudo conhece, e, a partir desse conhecimento, estabelece os deveres que lhe são apropriados ao homem.

1.7 Palavra (dabar): Usada 20 vezes, tem também o significado de ordenança, sendo o termo mais geral de todos, tendo o significado de “aquilo que Deus disse ou diz”. Os “Dez Mandamentos” são referidos pelo plural (debarîm), sendo “palavras” pelo que Deus disse; são “mandamentos” por causa da maneira como Deus os proferiu.

1.8 Promessa (imrâ): Sinônimo poético de dabar, ocorre 19 vezes no salmo, sendo derivada de um verbo que significa “dizer”.

1.9 Caminho (derek): Significa estrada, jornada, maneira, costume. Ocorre 5 vezes no plural e 6 no singular. No salmo, tem sentido metafórico, referindo-se às ações e ao comportamento do homem.

1.10 Vereda (orâ): Usada 5 vezes, em paralelo com derek, daí também ser traduzida por “caminho”. Usado também de forma figurada, toma o sentido de “estilo de vida”, ou ainda caminho da vida ou da morte. A pessoa precisa desviar-se da vereda do mal (v.101), pois se trata de um falso caminho (vv.104, 128).

O Salmista ama a Lei e o seu autor. Precisamos amar a Palavra de Deus dessa forma, escondê-la no coração, como o próprio salmo nos aconselha: “Escondi a Tua Palavra no meu coração para não pecar contra Ti” (Sl 119.11). É conhecidíssima a expressão de Moody: “Esse livro me fará evitar o pecado ou o pecado me fará evitar esse livro”.

2. Resultados do amor à Lei de Deus

2.1 Libertação: “E andarei em liberdade; pois busco os teus preceitos” (v.45). Muitos acham que os preceitos divinos embrutecem o entendimento, alienam e aprisionam o homem, mas o salmista ensina que a liberdade se encontra na obediência a tais preceitos e não na desobrigação deles. Dois elementos que compõem essa liberdade são o rompimento do domínio do pecado, à medida que os passos são firmados na Palavra (v.133) e uma sabedoria e visão crescentes para entender os ensinos do Senhor. O NT vai corroborar de forma clara quando registra: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32). E quem é a verdade? Veja o que o poeta responde: “A tua palavra é a verdade desde o princípio, e cada um dos teus juízos dura para sempre” (v.160).

2.2 Luz: Sugere a utilidade prática da Palavra, sendo uma luz que ilumina os passos e traz discernimento à mente. A luz impede de tropeçar, firmando os passos do homem; o entendimento leva-o a rejeitar o apelo do que é falso e pecaminoso, afastando-se inteiramente de tais caminhos. Os versos-chave para esse entendimento são os 105 e 130.

2.3 Sabedoria: Os vv.98-100 afirmam que a sabedoria ensinada por Deus está num plano muito mais alto do que a do homem; por isso mesmo, aqueles que são ensinados por sua Palavra tornam-se mais sábios que os adversários (v.98), que os mestres humanos (v.99) e mais entendidos que os antigos (v.100). No Salmo 111.10 temos “que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria...”. (sugiro que os irmãos leiam Jó 38-42 para enriquecerem a aprendizagem). É esta sabedoria que importa mais adquirir e que somos incentivados a pedir (Tg 1.5).

2.4 Vida: A palavra hebraica traduzida por “vivifica-me” nos vv.25, 37, 40, 88... significa, literalmente, “causa-me viver”, reconhecendo que a vitalidade depende diretamente de Deus. Entre os versos 144 e 159 a palavra ocorre 5 vezes; algumas como promessas que dão vida, outras apresentando o fato de que o próprio guardar das Leis de Deus é restaurador e vivificante (vv.37,93). Assim como o “hálito” de Deus tornou o homem alma vivente lá no Éden, sua Palavra proporciona vida a nossa fé. Não há, irmãos, outra forma de produzir vida na igreja a não ser pelo alimento restaurador e vivificante da Palavra.

2.5 Estabilidade: Os bombardeios vinham de todos os lados, no entanto o salmista podia sentir paz: “Muita paz têm os que amam a tua lei, e para eles não há tropeço” (v.165). Esta confiança/esperança não é escapismo, mas sim o resultado de dar atenção aos melhores conselhos (v.24). Mas, acima de tudo, o que dá essa estabilidade é saber que as promessas de Deus são inerentemente executáveis, pois sua fidelidade estende-se “de geração a geração” (vv.89-92). Assim é o nosso Deus, Ele permanece fiel, mesmo que nós sejamos-lhe infiéis (2Tm 2.13).

Para pensar e agir

▪ Você crê que a Bíblia realmente é a Palavra de Deus, sem erros, infalível?

▪ Que lugar ocupa a Palavra de Deus na sua vida? Gosta de estudá-la? Quanto tempo você dedica ao estudo da Palavra? Tem alegria em participar da EBD e crescer no conhecimento da Bíblia, interessando-se por pesquisar e buscar entendimento daquelas passagens que você ainda não compreende?

▪ Você pode dizer que tem buscado obedecer àquilo que você já entende dos ensinos bíblicos, ou fica se esquivando atrás das “dificuldades” da Palavra? Leia e guarde Tiago 1.22.

Leitura Diária

segunda-feira

Salmo 119:1-24

terça-feira

Salmo 119:25-48

quarta-feira

Salmo 119:49-72

quinta-feira

Salmo 119:73-96

sexta-feira

Salmo 119:97-120

sábado

Salmo 119:121-152

domingo

Salmo 119:153-176

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