sexta-feira, 6 de agosto de 2010

DEUS – O REI DE TODA A TERRA

Salmos 93 e 96
Era natural que os antigos hebreus pensassem em Deus como um Rei, visto ser Ele a maior autoridade que eles foram ensinados a conhecer. Em uma sociedade cheia de ídolos, astros, famosos e poderosos, a igreja é desafiada a proclamar a majestade de Deus e seu governo único e soberano. Mais do que isso, ela é desafiada a olhar para dentro de si mesma e expurgar toda tentativa de estabelecer outra autoridade que não seja a de Jesus Cristo. Parece que a igreja está cheia de “gente importante”, tanta gente sendo “bajulada” que muitos têm se esquecido de que Deus não divide a glória dele com ninguém e não pode haver outro Senhor na igreja que não seja Ele.
1. A Glória do Rei (93.1,2; 96.1-6)
A glória desse Rei, sua realeza e poder não se limitam ao presente, mas se estendem por toda a eternidade (93.2), o que traz estabilidade até para o reino físico (93.1). Aliás, a firmeza do mundo material só é possível porque o trono de Deus está firme e estabelecido desde a eternidade (93.2). Os monarcas humanos assumem o trono por hereditariedade, usurpação, eleição ou outra qualquer forma; entretanto, um dia hão de deixá-lo, mesmo que seja pela morte, ao passo que Deus é Rei por direito e injunção de sua própria natureza. Seu trono está estabelecido e firme e assim ficará perpetuamente. É inquestionável o fato de que o mundo dos homens só tem firmeza à medida que reconhece a soberania divina, visto que a humanidade sempre está em tumulto e a natureza, muitas vezes, se aproxima do caos: “O que pela sua força consolida os montes, cingido de fortaleza; o que aplaca o ruído dos mares, o ruído das suas ondas e o tumulto das gentes” (Sl 65.6,7 comparar Sl.93.3,4). Precisamos, como igreja, resgatar essa mensagem para o mundo: só olhando para o que é eterno pode-se realmente estabelecer o temporal.
Tanta glória precisa ser cantada de alma aberta e é isso que o salmo 96 inicia fazendo. Convém notar a tríplice repetição, cuja natureza é um convite ao louvor: “cantai ao Senhor” (96.1,2). O convite não é para uma pessoa ou um grupo, mas para toda a terra – um grande coral para proclamar uma grande glória. O “cântico novo” não é uma referência a uma canção recém-composta, mas sim uma que esteja à altura daquele a quem ela é oferecida e que proporcione uma experiência peculiar de adoração. Primeiro é necessário reconhecer a grandeza de Deus antes de poder-se anunciá-la ao mundo. Primeiro temos de nos dirigir para cima (cantai ao Senhor), depois para fora, com o fim de proclamar suas maravilhas.
A glória de Deus se estabelece ante os ídolos ou deuses, que no hebraico é elilim, que é um jogo de palavras (quase uma paródia com El ou Elohim), cujo significado pode ser “nulidade”, “ídolo”, “vaidades”, ou seja, algo inútil, um “não-deus”, em contraste com o Senhor, que fez os céus. Há uma informação interessante de que as expressões do v.6 (glória e majestade, força e formosura) são também empregadas para descrição da arca, o que corrobora a identificação da magnitude de Deus.
2. A adoração ao Rei (96.7-9)
Mais uma vez temos uma tríplice repetição de uma expressão, nesse caso “tributai” (literalmente “dai”), que toma a forma de uma conclamação tocante, que é muito semelhante à usada no salmo 29.1,2. Toda a raça humana é conclamada a trazer ofertas diante do Senhor. A honra devida ao nome de Iavé se manifesta nos sacrifícios e ofertas que as pessoas trazem ao Templo. Os homens louvam a glória de Deus e lhe prestam honra por meio de seus atos e vida transformada. O culto no Templo era símbolo do coração devoto, sendo também um local apropriado para demonstrar publicamente o que já estava no coração, princípio esse que continua perfeitamente válido e aplicável a todos os adoradores deste tempo, com a diferença de que agora não mais são sacrifícios de animais que Deus requer, mas a própria vida do adorador: “... apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1).
Os súditos-adoradores do Rei são chamados a olhar suas vestes reais, que são majestosamente santas. Dessa forma, a adoração a Ele prestada também deveria ser santa e realizada por um povo santo, em contraste com os deuses pagãos, aos quais era atribuída toda a espécie de perversão. Além disso, Ele é o Deus da força, o que leva os homens a tremerem diante dele. O verbo “tremer” tem, no original hebraico, o sentido de “girar em derredor”, “contorcer-se”, “mover-se diante de”, originando substantivos como dança e angústia, sendo esse último, quase sempre, o sentido nos textos bíblicos. Estão envolvidos aqui, portanto, dois aspectos essenciais na adoração a Deus: reverência e homenagem, temas esses que também estão presentes no salmo 95.6,7b em que temos três verbos em sequência: adorar, prostrar e ajoelhar, todos envolvendo a idéia de “prostrar-se”, que é o significado básico de adoração nas Escrituras. Jamais esqueçamos que o Deus Santo exige adoração concernente a sua santidade.
3 – A aclamação ao Rei (96.10-13)
Mundo (ou nações) é a palavra hebraica tebel, que significa “mundo habitado”. Portanto, a aclamação de Iavé como Rei alcança toda a terra e, quando Ele reina, o mundo se firma, torna-se inabalável, mesmo a despeito das adversidades. A expressão do v.10 – “se firmará para que não se abale” – não é uma profecia referente a um governo ou reino humano perfeito; refere-se, antes, à substituição dos resultados desastrosos da queda pela única liberdade perfeita, que é servir a Deus. Este propósito não pode ser frustrado, mesmo que nações, poderes humanos ou potestades espirituais se oponham, como alude o salmo 46.6. Quando o Senhor voltar para julgar e reinar sobre a terra, seu reinado será estabelecido com justiça: “julgará os povos com retidão”.
Em forma poética, o salmista diz que os céus, a terra, os mares (que rugem com seu ruído característico) o campo e os bosques, aliam-se ao alegre hino de entronização, aprovando o cântico universal de entronização de Iavé e aclamação do seu reino, não havendo uma voz contrária sequer. Deus reina absoluto sobre tudo, pondo em ordem e sustentando a criação. A natureza inanimada se reveste de fôlego de vida, formando um quinteto especial para cantar para todas as nações que todas as coisas, em todos os lugares estão sob o controle de Iavé (vv.11,12). Desta forma, a totalidade do mundo criado é convocada a jubilar-se diante do Senhor, que transformou o caos em ordem, resultando em alegria e bem-estar.
Toda essa celebração é feita na presença do Senhor (v.13), significando que Ele está observando e ouvindo todas as manifestações que lhe são tributadas. A nota final do poeta é que esse Soberano Senhor virá sobre a terra para julgar a todos com justiça e equidade. “A falsidade tem prevalecido na terra, mas a verdade escreverá o último capítulo. O governo humano, tão deficiente, mesmo quando honesto (...) será substituído pelo governo integral de Iavé”.
Para pensar e agir
▪ Olhando a história, vemos nações que tiveram seu auge e hoje estão escondidas no cenário mundial: Egito, Pérsia (atual Irã), Babilônia (atual Iraque), Síria. Mas o trono do nosso Deus permanece, pois seu reino é eterno.
▪ Apesar dos poderes que se digladiam nesse mundo, a história está sendo escrita por Deus. Seu desenrolar é acompanhado por Ele e o seu fim será também determinado por Ele. Em suma: “a história é a História de Deus”.
Leitura Diária
segunda-feira Salmo 24
terça-feira Salmo 95
quarta-feira Salmo 97
quinta-feira Salmo 98
sexta-feira Salmo 99
sábado Salmo 93
domingo Salmo 96

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