segunda-feira, 31 de maio de 2010

Igreja Avançando








Agradecemos a Deus pela vocação dos irmãos e da relevante vontade de praticar as ordenanças do Senhor. Contra fatos não há argumento. A igreja viva do Senhor a Ek Kalleo, ela sai em busca do perdido. A palavra de Deus, diz que quem procura acha. O próprio Deus diz: "...Serei achado de vós...".
Os campos estão brancos prontos para a colheita.
A ordem é Avançar. Deus nos abençoe e nos guarde... Ósculos santos pr. Rangel

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Renovação de Votos Matrimoniais




No dia 30 de Maio de 2010, às 19:00 horas
A Igreja Batista Ebenezer em Cabuçu, realizará a Renovação de Votos Matrimoniais...
Se você quer Renovar seus Votos, venha e participe conosco desse evento...

Vocês estão convidados!!!

A IGREJA, CRISTO PRESENTE NO MUNDO

Texto bíblico: Efésios 4.1-16

A igreja de Cristo é a mais fantástica instituição na face da terra. Nenhuma outra foi e é tão perseguida como ela. Várias vezes anunciaram sua falência e morte. O maior alarido veio dos teólogos da morte de Deus, nos anos sessentas e setentas. Em nosso tempo, ela é duramente atacada por “teólogos e pensadores cristãos”, que a chamam de alienada e irrelevante. Tais teólogos e pensadores são alienados: não veem a pujança da igreja. E são irrelevantes, pois o que eles dizem estará no lixo bem mais cedo do que pensam. A igreja tem o estranho hábito de sepultar seus coveiros. Eles se vão, ela fica. Como se vão seus críticos amargos, inclusive os de dentro, e ela continua.
“Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25). Isto a torna única. Não importa que o mundo a odeie e alguns crentes a maltratem. Cristo morreu por ela. Paulo também amava a igreja e se doou a ela (2Co 11.28,29). O fato de tê-la perseguido doía-lhe, e ele nunca se esqueceu disto (1Co 15.9, Gl 1.13 e Fp 3.6). A visão de Paulo sobre a igreja muito nos ajudará, pois é a visão de um perseguidor que se apaixonou por ela.

1. O que é igreja?
O que Paulo queria dizer com “igreja”? Como a descreve? O termo grego é ekklesia, que ele usa sessenta e duas vezes. Na maior parte, indica uma congregação local de cristãos. Paulo e os demais escritores do Novo Testamento nunca usam o termo como nos acostumamos: um prédio, uma denominação, um ajuntamento de igrejas ou uma instituição. Com o tempo, o termo passou a ter esses sentidos, mas no Novo Testamento, igreja é gente, é povo. Em Atos 20.28 e Apocalipse 5.9, a igreja que Jesus comprou se compõe de pessoas, não de prédios ou instituições.
Ekklesia vem de ek kaleo, “chamar”, verbo usado na convocação de um exército. Mais tarde, passou a ter sentido político: cidadãos, no uso dos direitos civis, reunidos para tomar decisões. O termo é usado assim em Atos 19.32, 39 e 41 (“assembleia”). Difere de demos (“povo”, “multidão”) por ter um caráter organizado. Paulo não lhe dá sentido político, pois é uma ekklesia “em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo” (1Ts 1.1 e 2Ts 1.1). E Jesus disse que seria a sua igreja (Mt 16.18). “Igreja”, portanto, na maior parte das vezes, é um grupo local de pessoas, reunido em nome de Deus, por causa da fé em Jesus Cristo. É o povo de Deus reunido: 1 Coríntios 11.18 (“quando vos reunis como igreja” – Almeida Séc. 21).

2. A dimensão universal da igreja
A carta aos efésios é chamada de “a rainha das epístolas”. É o mais profundo tratado sobre a teologia da igreja já escrito. Nela, o sentido de ekklesia é mais amplo que reunião local. É uma assembleia universal (como em Hebreus 12.23). Assim Paulo usa o termo em Efésios 1.22,23, 3.10 e 21, 5.23,24, 27, 29 e 32. É oportuno ler todos os textos.
Aqui o termo alude não apenas aos salvos por Cristo num local, mas a todos os salvos de todas as épocas. Os salvos de todos os tempos são a assembleia de Cristo. Já há uma no céu (Ap 7.9). Veja também a assembleia do Cordeiro em Apocalipse 19.1 e 6. E há uma ekklesia aqui na terra, chamada de “igreja militante”. É a ekklesia de Cristo que prega, sofre e testemunha. Eram militantes as ekklesias do Apocalipse (Ap 2 e 3) e as ekklesias às quais Paulo destinou suas cartas. E o são as nossas.

3. Igreja: corpo de Cristo
Em 1 Coríntios 12.12-31 e Efésios 4.1-16, a ekklesia é mostrada como corpo. A figura mostra a interdependência e complementaridade dos crentes e das ekklesias. Num corpo, os membros dependem uns dos outros e se completam. A igreja é um grupo de pessoas que deve viver em solidariedade. Nem as pessoas nem as igrejas devem se isolar umas das outras. Veja-se principalmente 1 Coríntios 12.27. Isto é importante porque os batistas confundem autonomia da igreja com isolamento. O pé não vive isolado da mão.
A assembleia universal é chamada de “corpo de Cristo” (Ef 1.22,23). A ideia é que Jesus está presente no mundo por ela. Ela é Cristo na terra. Não há um homem que seja o “vigário (no lugar) de Cristo”. Toda a igreja é. Se Cristo está em cada crente (Jo 14.23), cada crente é morada de Cristo. E também do Pai e do Espírito Santo (Ef 2.22). Em 1 Coríntios 3.16, Paulo diz que somos “santuário de Deus”. O termo grego para santuário é naós, que a Septuaginta usa para o lugar santíssimo, onde Deus ficava. O mesmo texto diz que o Espírito habita em nós. A Trindade está presente no mundo pelos crentes em Cristo. Nós somos o corpo de Cristo, sua presença no mundo.

4. Igreja local: corpo de Cristo num lugar específico
É triste ver hoje tantos crentes falando mal da igreja. Porque não gostam de um aspecto (parece que querem que os demais sejam seus clones) ou se decepcionaram com alguém (esquecem de perdoar e parece que nunca decepcionaram alguém), atacam a igreja. Estranho: falam mal da sua assembleia, da ekklesia da qual fazem parte!
A igreja local, a ekklesia num determinado lugar, apesar dos seus defeitos, também é corpo de Cristo! Paulo disse isso aos coríntios (1Co 12.27). A mesma ideia está em Colossenses 1.24. Não há igreja local perfeita. Alguns sonhadores, vez por outra, bradam: “Voltemos à pureza, à santidade e à simplicidade da igreja primitiva!”. Não devem ter lido o Novo Testamento com atenção. Todas as epístolas foram escritas para sanar problemas das igrejas. E havia imoralidade (veja as cartas aos coríntios!)! Simplicidade? Veja-se a desordem na igreja de Corinto e a complexidade dos relacionamentos entre os crentes e igrejas, nas epístolas pastorais!
Com todos os seus defeitos e falhas, cada igreja local é o corpo de Cristo na terra! Somos parte deste corpo! Devemos honrá-lo e amá-lo, pois somos a igreja e somos Cristo presente neste mundo! É sério ser igreja! E é glorioso ser igreja! E somos, não pelos nossos méritos, mas pela graça de Deus. “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou” (1Co 15.10).

5. Igrejas cooperativas e solidárias
O Novo Testamento não detalha muito da vida organizacional das igrejas, exceto no episódio de Atos 15, que não foi típico nem repetido. Paulo tinha grande autoridade, mas geralmente recomendava (1Ts 5.12-14). As igrejas eram cooperativas (2Co 8.4, 9.1-5 e 12-14, Gl 2.9,10, Fp 3.15-18), não viviam isoladas, e os pastores não viviam em competição e em função do seu ministério, mas da obra em geral. As igrejas eram solidárias.
Procurar um modelo de organização eclesiástica nas cartas paulinas pode nos frustrar. Mas o espírito de relacionamento deve ser imitado: governo próprio, cooperação, relacionamento solidário, contribuição aos necessitados (inclusive igrejas) e visão do todo. O elo entre elas era a pessoa de Jesus Cristo, e não um modelo eclesiástico. Bem diferente da visão fragmentária de boa parte das igrejas locais de hoje, que alguém jocosamente, chamou de “adoradores do seu umbigo”.

6. Uma ideia fantástica!
A igreja nasceu, idealmente, na eternidade, na mente de Deus, antes de haver mundo (Ef 1.4). Entrou na história pela pessoa mais fantástica que já viveu, Jesus Cristo (Mt 16.18). Quando a história acabar, na meta-história, não haverá família (Mt 22.30), mas haverá igreja. Porque haverá Deus. A igreja é dele. O evento igreja é maior que o evento família.
Ela é tão fantástica que as potestades espirituais aprendem dela (Ef 3.9,10). Há quem cultue anjos e potestades. Eles aprendem da igreja! E Deus ainda trabalha nela (em mim e em você) para aperfeiçoá-la (Ef 5.27b e 4.1-16). A igreja é a menina dos olhos de Jesus, que morreu por ela!

Para pensar e agir
1. A igreja é de Cristo. Não queira ser dono dela. Não aceite donos humanos da igreja. Ela pertence a Cristo. Somos parte dela, cuidamos dela e devemos honrá-la.
2. Seja feliz em ser igreja. É o maior privilégio que alguém pode ter: ser a igreja de Jesus, salvo por ele.
3. Ame sua igreja com paixão. Doe-se a ela.

Cristo: presente de Deus para o mundo

Texto bíblico: 2 Coríntios 5.18,19

Na política internacional do Oriente, o rei de uma nação, para se manter seguro, enviava presente a outro rei, de uma nação mais forte. Era um gesto de boas relações, uma maneira de buscar a paz. Poderíamos dizer que era um ato de “propiciação” , ou seja, “a remoção da ira mediante a oferta de algum presente”.
“Propiciação” vem de “propiciar”, que significa tornar favorável. O termo grego, usado em Romanos 3.25, é hilastérion, que significa que Deus se tornou favorável a nós pela morte de Jesus. Esta figura de linguagem mostra como Deus, de inimigos que somos, por causa de nossos pecados, faz de nós seus amigos. É a única vez que Paulo o usa, declaradamente, mas a ideia da ira afastada pelo sacrifício de Jesus domina boa parte do seu pensamento.
O verbo hebraico para “propiciar” é kipper, “fazer amizade, juntar partes em conflito”. No Novo Testamento, a ideia próxima é “reconciliação”, que se vê bem em 2 Coríntios 5.21. Deus ofereceu Cristo como presente ao mundo para fazer as pazes com este. Parece estranho, mas mostra que Deus tomou a iniciativa, em Jesus, de fazer as pazes conosco. Lembremos de João: “O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu” (Jo 3.27). Propiciação é ato de Deus, e não nosso.

1. A ira e misericórdia de Deus
Como “propiciar” tem a ideia de pacificar por meio de um presente, alguns se escandalizam. Parece que está se subornando Deus. Mas é ele quem oferece e não quem recebe. E isto é uma figura de linguagem. Para outros, isto realça muito a ira de Deus. Mas Paulo diz que Deus se ira (Rm 1.18 e Ef 5.6). Ele é tardio em irar-se (Ne 9.17), mas se ira. E ira não é ódio. É indignação. Alguns acham que Paulo foi violento e não cristão com Barjesus (At 13.4-12). Mas o mago cometera graves pecados. Lidava com artes mágicas, era falso profeta e tentava desviar alguém do caminho da salvação. E Paulo não estava cheio de ódio, mas do Espírito Santo (At 13.9).
A propiciação se dá quando Deus tempera a ira e a misericórdia. Sua ira não é um descontrole emocional, mas faz parte da sua moralidade. Se ele não se indignasse contra o erro e o pecado, não seria santo. Por ser santo, ele se ira contra o pecado. Por ser Santo, tem misericórdia. Nele, ira e paciência se ajustam (Nm 14.18). Aqui surge a propiciação.

2. Como remover a ira de Deus?
Eis a resposta: a ira não se remove. Ela se desvia (Sl 78.38). O pecado tem um preço (Rm 6.23). É tão sério aos olhos de Deus que exige a morte do pecador. O pecado só é aniquilado pela morte. Deus instituiu o sacrifício no Antigo Testamento para ensinar esta lição. É a morte, o sangue derramando, que faz a propiciação ou expiação dos pecados. Expiação (de dois fazer um ou reaproximar dois que estão distantes e em inimizade) é um conceito parecido com o da propiciação. A última avança por incluir a ideia de um presente.

3. A ideia do tabernáculo
O tabernáculo era o templo móvel de Israel, na caminhada pelo deserto. Era a morada de Deus, lugar de encontro com ele (Êx 33.7-11). Tinha o lugar santo, onde ficava o povo, e o santíssimo ou santo dos santos, onde o sumo sacerdote entrava uma vez por ano, para fazer a expiação do pecado do povo. No santíssimo ficava a arca da aliança. O nome da sua tampa era kaporeth, de um verbo da família kpr, que significa “propiciar” (Êx 25.17-22). Ali o mais perfeito ato de expiação acontecia uma vez por ano. O lugar mais importante e solene do tabernáculo era onde sucedia a propiciação. Ofertava-se a Deus para sua ira se afastar do povo. O sangue era derramado sobre a tampa da arca, chamada “propiciatório”. Propiciação e perdão andam juntos, na Bíblia. Paulo não se detém em explicar a figura, mas ela está presente em seus escritos. A expiação livrava da condenação do pecado.
O propiciatório simbolizava a cruz de Cristo, onde se efetuou o perdão dos pecados. Com uma diferença: a cruz não tem prazo de validade. No judaísmo, o perdão durava um ano. O perdão da cruz é eterno. Ela resolveu o problema do pecado para sempre (Hb 9.11-14). Cristo é o Cordeiro que remove o pecado do mundo (Jo 1.36). A propiciação, no judaísmo, simbolizava a obra de Cristo em remover os pecados e reconciliar com Deus (2Co 5.18,19).
O dia em que o sumo sacerdote entrava no santíssimo (yom kippur, o dia do perdão) era a única ocasião em que o nome de Deus era claramente proferido. O nome sagrado de Deus, que não se dizia mais no tempo de Jesus, expressava o caráter do Pai. O caráter do Pai está ligado à propiciação. Seu caráter nos garante o perdão dos pecados. Não é o nosso caráter, é o dele.

4. A obra de Cristo
Em Lucas 18.13, o publicano pede que Deus seja “propício” a ele, ou que seja sua “propiciação”. Ele precisava de perdão. O fariseu achou que não precisava, porque era bom. Deus lhe devia isto. O publicano sabia que não era bom, nada tinha de bom, e que só teria o perdão como propiciação. Ele devia a Deus. Jesus define sua missão, nesta parábola. Ele é o presente divino que reaproxima duas partes afastadas, Deus e o homem. E mostra dois tipos de pessoa. Uma que acha que não precisa de perdão, que Deus deve estar contente com ela. Outra que sabe que precisa de perdão, não o merece e pede um favor a Deus.
A propiciação é um ato de misericórdia de Deus, quando esta triunfa sobre sua ira. Paulo mostra o sangue de Jesus como nossa propiciação (Rm 3.25). Ele completa a figura do resgate, que já estudamos. A morte de Cristo na cruz leva Deus a nos ser propício.
Jesus fez a propiciação pelos nossos pecados (Hb 2.17). Ele presenteou o Pai com sua vida para nos conseguir o perdão. Aqui, a oferta é do Filho. Não há choque com textos que dizem que o Pai ofereceu o Filho. A Trindade não entra em conflito, mas age sempre em sintonia. É que Hebreus põe o Filho como agente no processo da salvação.
Jesus é a propiciação pelos nossos pecados (1Jo 2.2). Por isso ele é nosso Advogado, junto ao Pai (1Jo 2.1) Como o publicano, não podíamos pagar nosso débito. Jesus o pagou e por isso nos defende. Não devemos mais a Deus porque Jesus pagou os nossos pecados com a sua vida. Não se paga um débito duas vezes. Diz o Novo Comentário da Bíblia neste texto: "Tudo isso nos ajuda a perceber que, aqui, a ‘propiciação’ deve ser tomada em seu sentido usual nas Escrituras. O escritor sagrado estava descrevendo a atividade de Jesus em prol dos homens, como a única coisa que pode fazer desviar a ira divina”.
Em 1João 4.10, o Filho é o presente dado pelo próprio Pai. Difere do pensamento de Hebreus. Mas o que interessa é que não é um presente nosso. Não temos o que oferecer. O Pai ofereceu o Filho. Aqui, não é o Filho que se presenteia ao Pai, mas é o Pai quem oferece o Filho ao mundo. A morte de Cristo é um gesto de amor do Pai (Rm 5.8). Isto é confirmado em Romanos 3.25,26, onde o Pai oferece o Filho como propiciação. Quem crê no poder do sangue de Jesus é perdoado. Um rei guerreava outro por ambição ou por se sentir ofendido. O pecado ofende a Deus e o levaria a nos guerrear, mas em Cristo ele nos estende a mão para fazer as pazes. A propiciação é ato de Deus, oferta do Pai e oferta do Filho.

Para pensar e agir

1. Deus deseja manter bom relacionamento conosco e para estabelecer esta amizade nos ofereceu Jesus Cristo. Ele é o grande presente de Deus à humanidade.
2. O perdão dos nossos pecados só é possível por causa de Jesus Cristo e é um perdão para sempre.
3. É pela fé na morte de Cristo em nosso lugar que temos paz com Deus (Rm 5.1). Não é o que somos ou o que fazemos. Ele fez. Isto é graça. Nós nos apropriamos. Isto é fé. Leia Efésios 2.8,9.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Mini Congresso da Família

Olá queridos, como é bom fazer parte do povo de Deus. Ele nos abençoou muito nesta semana, pois o nosso congresso foi uma maravilha. Agradecemos pelos preletores que com certeza nos apresentaram grandes verdades do Altíssimo com os assuntos relacionados a família cristã. Valeu a pena esperar no Senhor que mais uma vez foi fiel.
Agora devemos concentrar as nossas forças para o nosso oitavo aniversário. Ore, invista, convide seja fecundo no sentido espiritual. Sendo assim nossa igreja terá um crescimento. Lembrem-se fomos chamados para despovoar o inferno. Aguardo vocês e todos os seus convidados.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O preço do resgate

Texto bíblico: Romanos 3.23,24; 6.16-22


Podemos dizer, de maneira bem simples, que “redenção significa livrar alguém por meio do pagamento de um preço”. Era assim que os prisioneiros de guerra podiam ser libertados. Pagava-se um valor, chamado de “resgate”. Entre os gregos e romanos, um escravo podia ser libertado pagando-se um valor no santuário de uma pseuda divindade pagã. O processo se chamava redenção, e o preço se chamava resgate.
Esta é uma das metáforas de Paulo para a obra salvadora de Cristo. E, nesta figura de linguagem, ele também associa “redenção” com “resgate”. O termo grego para ambos é lytron, que se usava para o pagamento de resgate de escravos de guerra. No grego clássico, na 14a. rapsódia da Ilíada, o termo lytron é usado para a recuperação do cadáver de Heitor das mãos dos gregos. Um dicionário grego define o termo assim: “É aquilo que se oferece para libertar e resgatar um homem de uma escravidão bárbara”. Paulo usa apolytrôsis, que também tem o sentido de “livramento sob pagamento de um preço”, e mostra este preço como sendo a morte de Jesus. O termo ocorre dez vezes no NT e apenas oito no grego clássico. Alguns teólogos e estudiosos se chocam com a ideia de Deus negociar com Satanás, mas isto é uma metáfora e não uma realidade. Não há motivo para escândalo.

1. O uso do termo redenção no pensamento bíblico
O Antigo Testamento foi escrito em hebraico. Mais tarde, quando foi traduzido para o grego, chamou-se Septuaginta. Esta tradução, conhecida também pela sigla LXX, influenciou muito o pensamento dos escritores do Novo Testamento. Eles foram pregar a judeus fora da Palestina, e muitos destes ignoravam aramaico e hebraico. Falavam o grego, que era uma língua universal, como o inglês, hoje. Os pregadores do Novo Testamento escreveram em grego e se valeram da Septuaginta. A primeira vez que a expressão ocorre é em Êxodo 13.13. Os primogênitos, desde a saída do Egito, pertenciam a Iavé. A ideia ocorre em Êxodo 4.22, onde Israel é declarado como primogênito de Iavé. Em Êxodo 13.2, todo animal primogênito é de Iavé. Mas o jumento era muito necessário, pela sua força física, para o trabalho no campo. Ele podia ser resgatado, ou seja, poderia se pagar um preço por ele, como lemos em Êxodo 13.13. Nesta primeira ocorrência bíblica, a ideia é de dar algo em troca de algo. Um cordeiro, por exemplo. Resgate, aqui, é dar um valor para se ter algo que fora da pessoa, mas que agora não era mais.
A segunda ocorrência surge em Êxodo 21.28-30. Como não era um homicídio doloso, o dono do boi podia pagar um valor (em hebraico, kopher) para redimir sua vida ameaçada. O princípio da lei mosaica era vida por vida e ele, para não ser morto, pagaria um preço. Aqui, é pagar um preço para ter vida. A pessoa era culpada, mas pagava um preço e se livrava da condenação.
Em Êxodo 30.12 reaparece a ideia, agora com o sentido de “cobertura”. Os israelitas eram recenseados, temporariamente, provavelmente para se dispor deles em algum serviço oficial. Pagariam um resgate, um valor, por isto. Uma taxa (imposto) pelo direito de serem do Senhor.
Com o tempo, a palavra, tanto no grego (lytron) como no latim (redimo) passou a ter a ideia de um preço pago para comprar um escravo ou um cativo, tornando-o livre. Pagava-se um preço (“resgate”) pela redenção (a liberdade) do cativo. Em Hebreus 11.35, o termo grego ocorre e é traduzido pela Versão Revisada como “livramento”. Os heróis da fé preferiram não ser livrados. Mas esta é a ideia: livramento mediante pagamento. Em Isaías 43.3, por exemplo, Iavé diz que deu partes da África a Ciro, como resgate de Judá. Livrou a nação do cativeiro, dando-lhe outras nações.

2. O que diz a teologia

Muita gente pensa que teologia é algo complicado. E não é. Ela nos ajuda a entender as verdades de Deus. Por isso, fiquemos com uma definição teológica de “redenção”: “Redenção inclui tudo aquilo que chamamos salvação: livramento do pecado, perdão dos pecados, justificação, santificação e a vida eterna. É o ato pelo qual a pessoa passa a ser de Deus”. Longe de Deus, a pessoa é escrava do pecado (Jo 8.34,35). Ela encontra sua liberdade em Cristo (Jo 8.36). E é libertada para não mais ser escrava de ninguém (Gl 5.1). É livre.

3. Cristo, o Redentor
Dos muitos títulos de Cristo, este, sem dúvida, é um dos mais preciosos para o fiel. O Novo Testamento o mostra como sendo o Redentor. Vejamos seu ensino:
a) Em Cristo temos a redenção dos nossos pecados, não sendo mais nós escravos deles: Romanos 3.23,24. Veja também, a propósito, Romanos 6.16-22. Antes de sermos comprados por Cristo, nós nos oferecíamos ao pecado, para fazer sua vontade. Éramos seus servos: Romanos 7.14. Agora, livres, nós nos oferecemos a Cristo para fazer a sua vontade. “Mas, um momento! Mudamos de servos para servos? Então, não ficamos livres!”, dirá alguém. Quando estávamos debaixo do pecado, não conseguíamos não pecar (Rm 7.23,24). Agora, em Cristo, libertados e tornados livres do pecado, podemos não obedecer a ele e desejamos nos apresentar a Deus para fazer a sua vontade (Rm 12.1,2). O crente de conversão autêntica deseja fazer a vontade do Senhor (At 22.8-10). A submissão ao pecado era escravizante, mas a submissão a Deus é voluntária e enche nossa vida de significado. Não somos mais escravos do pecado (Rm 6.17), mas servos voluntários de Deus.
b) O sangue de Cristo, a sua morte na cruz, foi o preço pago pela nossa redenção: Romanos 3.25. Não foi o Pai quem obrigou o Filho, mas o Filho que se ofereceu a si mesmo e ofereceu seu sangue, como o preço para nos libertar. E quando libertou, nos deu de presente ao Pai: Apocalipse 5.9,10. O Filho não foi um curandeiro nem um pregador de auto-ajuda nem sequer um revolucionário social, mas alguém que se deu como resgate (“preço”) por nós: Marcos 10.45.
c) Ao nos comprar, ele acabou com a nossa condição de escravos e nos tornou participantes de sua natureza, a de Filho: 2 Pedro 1.4. Ele nos tornou seus irmãos, na linguagem do autor de Hebreus, pois passamos a ser filhos do Pai: Hebreus 2.11,12. Tínhamos a natureza de Adão e passamos a ter a natureza de Cristo.
d) A nossa redenção nos faz participantes, também, da ressurreição, da ascensão e da glorificação de Cristo: Romanos 4.25 e 8.29,30. Isto significa que temos vida na vida de Cristo. E porque ele ressuscitou, seremos ressuscitados (1Co 15.20-22) e como ele foi glorificado, nós também o seremos (1Jo 3.2). Ao efetuar a nossa redenção, Jesus nos deu sua natureza vitoriosa, sua natureza ressurreta e sua natureza glorificada, e estas duas últimas nós receberemos no tempo apropriado. Isto tudo porque fomos tirados do domínio do pecado e passamos a ser propriedade do Pai.

Para pensar e agir

1. Redenção ou resgate é a essência da salvação. Significa que fomos comprados para Deus, como o texto de Apocalipse 5.9,10 já nos mostrou.
2. Como consequência ética da nossa redenção, reconheçamos que somos o santuário do Espírito Santo e não mais escravos de alguém nem mesmo donos de nossa vida (1 Co 6.19,20). Neste texto, “corpos” é o grego sôma, que designa mais que a estrutura física. É o âmago do ser, da pessoa, seu centro volitivo e afetivo. Cristo fez a redenção de todo o nosso ser, para sermos do Senhor.
3. Pensemos em 1 João 4.4 e 5.19. Somos do Senhor. Aquele que está em nós, o nosso dono atual, é maior que o dono antigo. Nada de transigir com o pecado. Já que fomos libertados, lembremos de Gálatas 5.1: “Para a liberdade Cristo nos libertou; permanecei, pois, firmes e não vos dobreis novamente a um jugo de escravidão”.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Culpado ou inocente?

Texto bíblico: Romanos 3.21-24, 5.1-9, 8.28-30

A doutrina da justificação pela fé marcou a vida de Lutero e acabou por produzir a Reforma Protestante, mas não foi criada por ele. É bíblica. E não se baseia apenas em Romanos 1.16,17, que foi o texto que trouxe luz ao angustiado coração do monge, que buscava a salvação. É possível vê-la em Romanos 3.21-24, 5.1-9, 8.28-30, 1 Coríntios 6.11 e Gálatas 2.16 e 3.24. Paulo já a expressara na sinagoga de Antioquia da Pisídia (At 13.39).
Esta é a diferença fundamental entre o protestantismo e os evangélicos, de um lado, e o catolicismo de outro: como uma pessoa pode ser perdoada e aceita (justificada) por Deus? Cremos e pregamos que o homem é justificado pela fé, enquanto no catolicismo o homem é justificado pelas obras administradas pela igreja. Obras, aqui, não são ações e atos pessoais, mas o agir da Igreja Católica. Cremos que a justificação (que podemos chamar, também, de absolvição) vem pela fé, sem a necessidade de uma instituição e de um clero. Diferentemente da Igreja de Roma, que afirma seu papel como ministradora da salvação.

1. Mas, o que é justificação?
Vamos definir os termos, para evitar confusão. Comecemos por uma definição semântica, isto é, das palavras. Obviamente, “justificação” é o ato de “justificar”. O termo hebraico é tsadaq, que significa “tornar reto”. No grego, o termo correspondente é dikaioô, com um sentido mais jurídico: “absolver”, “declarar inocente”, o oposto exato de condenar. Em termos de palavras, “justificação” é o ato de alguém ser tornado reto, diante de Deus. Ser absolvido.
A doutrina da justificação trata desta questão: como um pecador culpado diante de Deus e condenado por seus pecados pode ser declarado inocente? Somos pecadores (Rm 3.23) e estamos condenados (Rm 6.23), sabemos disto. Como obter a absolvição?

2. A teologia explica
Teologia não é para complicar, mas para esclarecer. Então esclareçamos o significado do conceito, pela Teologia: É o ato de Deus que redime os pecados de homens culpados e que os reputa retos, gratuitamente, por Sua graça, mediante a fé em Cristo, à base, não de suas próprias obras, mas do representante obediente à lei, que derramou seu sangue a favor dos mesmos homens, o Senhor Jesus. Poderemos voltar a esta definição e relê-la outras vezes. Mas vamos ver agora sobre que passagens bíblicas ela foi construída. É oportuna a leitura de Romanos 3.23-26, 4.5-8 e 5.18.
No primeiro texto, Deus é justo. E atribui justiça gratuita pela sua graça (v. 24), por meio da fé (v. 25). Quando isto acontece, ele deixa de lado os pecados cometidos (v. 25). Deus é o agente: ele propôs, é por sua graça, por sua paciência. Ele é o justificador. O homem não consegue sua absolvição diante de Deus. Deus o absolve quando ele crê em Jesus Cristo.
No segundo texto há uma comparação. O salário do trabalhador não é um favor, mas dever. O trabalhador merece. Mas Deus nos justifica não pelo nosso mérito, mas se temos fé em Jesus. Podemos citar Romanos 5.1: “Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”. Deixamos de ser réus, e passamos ao estado de absolvidos, tendo paz com Deus, por causa de Jesus Cristo.
Em Romanos 5.18 fica bem claro que foi a obra de Cristo que se tornou o ato que nos justifica, isto é, nos declara isentos de culpa. Em Jesus temos o perdão de nossos pecados. A justificação é um ato da graça de Deus (Tito 3.7).
“Justificação” pode ser resumida numa frase: “Deus perdoa os pecados de quem crê em Jesus Cristo”. A ideia é de um culpado condenado diante de um tribunal, mas que é declarado inocente. Principalmente em Romanos 4.5-8 vemos que “justificar” significa perdoar, cobrir os pecados e não imputar os pecados.

3. Um juiz, um tribunal e um réu
Alguns questionam a doutrina alegando que a linguagem é de tribunal. E é mesmo! A linguagem é de tribunal! As figuras de juiz, tribunal e réu estão presentes na Bíblia.
(1) Há um juiz: Gênesis 18.25, Salmo 7.11. Ele julga mesmo: Isaías 5.16 e 10.22. A vinda de Cristo, expressão máxima de sua graça, não significa que ele deixou de julgar. Pelo contrário, Cristo é o padrão pelo qual Deus julgará o mundo: Atos 17.31.
(2) Há um tribunal diante do qual todos compareceremos: Romanos 14.10-12, 2Coríntios 5.10, Hebreus 10.30,31 e 12.22,23.
(3) Há um réu: nós, como pecadores que somos. Vejamos 1 Reis 8.46, Romanos 3.23 e 6.23.

Este é o quadro: somos pecadores, estamos condenados por um justo Juiz e um dia prestaremos contas a ele. Não temos como escapar. Mas Deus nos absolve (justifica) pela sua graça, por meio de nossa fé em Jesus.

4. Quais são os efeitos da justificação?
(1) O primeiro de todos é livrar-nos da condenação. Ela responde à questão: como me salvar? Vejamos o texto de Romanos 8.31-39. Somos justificados, perdoados, pela fé em Cristo. Israel tentou a justificação pela lei e não conseguiu: Romanos 9.31-33. Nós, gentios, recebemos a justificação porque não dependemos da lei: Romanos 9.30. Cristo justifica o pecador: Romanos 10.4. É fácil ser justificado: Romanos 10.8-11.
(2) O segundo é dar-nos paz: Romanos 5.1. Saber-se perdoado por Deus traz paz infinita. Deus nos perdoou os pecados! Quando cremos em Cristo Deus nos trata como se nunca tivéssemos pecado. Esta paz é mais que tranquilidade emocional. É certeza de uma vida nova, de ser tratado de maneira diferente por Deus: Romanos 5.1-11.
(3) O terceiro é produzir em nós o desejo de santificação, de abandonar o pecado. Alguém poderia perguntar: Então, se fui perdoado, se Deus usa de graça, posso pecar à vontade? A resposta é NÃO. A justificação faz de nós novas pessoas: Romanos 5.1-7. Aquela pessoa que amava o pecado foi crucificada na cruz de Cristo. Na realidade, Deus não perdoa nossos pecados. Deus os faz cair sobre Cristo. Isaías 53.4-11 mostra isso. Um justificado sabe quanto a absolvição da condenação do pecado custou. Para ele, nada. Mas para Deus, muito. Custou a vida de seu único Filho, Jesus: João 3.16.

Isaías 64.6 diz que "todas as nossas justiças são como trapos de imundícia". A expressão "trapos de imundícia" significa os panos usados pelas senhoras da época como absorventes íntimos. Nossas virtudes seriam panos sujos para jogar fora. Não podemos nos salvar nem conseguir nossa absolvição.
Nós a recebemos pela fé em Cristo.

Ser justificado é uma bênção extraordinária, mas ninguém pode ser justificado por ninguém bem como ninguém pode dar justificação a outra pessoa. É uma experiência pessoal, que cada um deve fazer diante de Deus, com contrição, consciente do valor da obra salvadora de Jesus Cristo. Ele morreu pelos nossos pecados e por sua morte temos salvação. Em Cristo somos perdoados. Em Cristo Deus nos declara inocentes. O texto de Romanos 8.1 deveria estar sempre presente em nossa mente, não como um instrumento que conduz o pensamento, mas como recordação da graça de Deus em Cristo: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”. Por isto, nossa palavra deve ser a de Romanos 7.25a: “Graças a Deus, por Jesus Cristo nosso Senhor!”.

Para pensar e agir

1. Em primeiro lugar está a graça de Deus. “O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu” (Jo 3.30). Louvemos a Deus por sua graça e sua misericórdia para conosco. Ele nos ama e providenciou nossa absolvição.
2. Deus justifica (absolve) quem crê. Quem quer salvação pelas obras deve refletir sobre João 6.28,29. A maior obra que se pode fazer é crer em Jesus.
3. Quem foi justificado está livre do passado, e tem uma vida nova pela frente. O crente em Jesus não tem passado. Não importa o que tenha feito. Foi justificado. Consagre o presente e o futuro a Jesus.

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