segunda-feira, 1 de março de 2010

De olhos bem abertos

Texto bíblico: 2 Reis 6.1-33 e 7.1-20

O repertório das ações divinas realizadas por intermédio de um autêntico homem de Deus é inesgotável. Inclui a palavra profética, que desvenda o futuro e infunde esperança e força em corações onde só havia dor e desespero. Envolve também o cumprimento dessa palavra em livramentos e realizações que revelam a presença operante de um Deus vivo e todo-poderoso.
Essas ações do poder de Deus ocorrem ainda na proteção que o Senhor propicia a seus fiéis mensageiros, repreendendo os poderosos que desconhecem a relação especial mantida por Ele com seus ungidos e seus profetas (Sl 105.15). Nesta lição, estudaremos mais alguns dos dramáticos episódios que enfatizam o poder e a fidelidade de Deus revelados na vida de Eliseu, orando, como o profeta, no sentido de que Deus nos abra os olhos para vermos aquilo que ainda nos está oculto (2Rs 6.17).

1. O machado flutua (6.1-7)

A comunidade dos profetas precisa construir uma nova sede. Enquanto estão cortando madeira com este objetivo, um machado cai dentro do rio, deixando extremamente aflito o profeta que o tomara emprestado. Informado do lugar onde a ferramenta caíra, Eliseu lança ali um pedaço de pau e faz o machado flutuar nas águas.
Não é absurdo pensar que se um homem é possuidor de um poder sobrenatural tão grande é inaceitável que dependa de um mutirão para construir um prédio de madeira, usando para isso ferramentas obtidas por empréstimo. Ocorre que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza humana (2Co 12.9). Uma das razões pelas quais o poder de Deus operou com tamanha força e eficácia na vida de Elias e Eliseu é o radical desapego que ambos mantinham com relação aos bens materiais. Jesus Cristo não tinha onde reclinar a cabeça. Quando morreu, não tinha sequer um túmulo onde ser sepultado.
Além disso, a pessoa cheia do poder de Deus não opera milagres a seu bel-prazer. Na realidade, não é ela que opera e sim o próprio Deus. E Ele o faz quando quer, onde quer e da forma como quer.

2. Olhos abertos (6.8-23)

Em muitos momentos, especialmente nas crises, tudo o que precisamos é manter abertos os olhos da fé e perceber o livramento invisível que está ao nosso redor. À angustiada pergunta – “que faremos?” – de seu auxiliar, em face do numeroso comando inimigo cercando a cidade em busca do profeta, este responde com a consoladora expressão “não temas”. No entanto, só pode fazê-lo porque vê por perto o exército ainda mais numeroso dos anjos de Deus (v.17).
Eliseu orou para que Deus abrisse os olhos do jovem profeta. Nós também precisamos orar para que Deus abra os olhos do pecador perdido a fim de que este veja o abismo que está à frente e possa mudar de rota. Precisamos também orar para que Deus nos abra os olhos em relação a nossos pecados ocultos e para que possamos ver as maravilhas da sua graça que ainda permanecem vedadas a nós.
Vemos também no texto que o Deus que abre os olhos é também o Deus que os fecha (v.18). Sabendo que o problema de espionagem que o prejudicava tinha sua origem nas informações passadas por Eliseu, o rei da Síria tenta capturar o profeta. Seus emissários são temporariamente feridos de cegueira. Levados a Samaria, o rei de Israel pergunta ao profeta se deve matá-los (v.21). Apesar do rigor de suas posições, Eliseu os trata com misericórdia, preparando-lhes inclusive “um grande banquete” (v.23). Com essa atitude, acaba obtendo um resultado melhor do que o que obteria com a posição de confronto. A desistência das tropas sírias em invadir Israel é mais uma confirmação de que a melhor arma para combater o mal é o bem (Rm 12.14,17-21).

3. Fome cruel (6.24-30)

Se o jardim do Éden era um pedaço do céu na terra, um cenário de guerra, com cerco prolongado, fome, doenças e toda a sorte de misérias do corpo e da alma, é com certeza um pedaço do inferno. Entre as cenas que comprovam isso, nenhuma parece tão decididamente infernal quanto a registrada nos versículos 26-29.
Durante algum tempo, as tropas sírias não tentaram invadir o território de Israel. Agora, porém, sob Bene-Hadade, cercam Samaria e deixam a capital do Reino do Norte numa situação de calamidade total. O desespero, a violência e a sordidez presentes na passagem criam uma cena de indescritível desespero e loucura.
Como é que o cristão digno do nome reagiria numa situação semelhante? A primeira coisa que ele não faria seria entrar num pacto macabro como o das duas mulheres. Reconhecendo o fato de que elas devem ter pensado não só em sobreviver à custa da morte dos filhos mas também em evitar que eles continuassem sofrendo, matá-los e comê-los seria a atitude muito para lá da última a tomar.
A segunda coisa a evitar seria entrar no pacto e não cumpri-lo, especialmente depois que o parceiro cumpriu sua parte. O “sim, sim; não, não” da regra cristã se aplica mesmo quando seu cumprimento ocorre em meio à dor e ao sofrimento.

4. A cabeça do profeta (6.31-33)

O rei de Israel é Jeoacaz, filho de Jeú, e o rei da Síria é Bene-Hadade, filho de Hazael. Tudo indica que o fato de Jeoacaz culpar o profeta pelo cerco e suas consequências se deve à profecia feita por Eliseu de que haveria sete anos de fome em Israel (2Rs 8.1). O cerco, no caso, só agravaria o problema, já que a eira e o lagar também não estavam produzindo o necessário (v.27).
A realidade é que o rei culpou Eliseu pela tragédia que envolvia seu povo. Na atitude de Jeoacaz vê-se com clareza o estilo de comportamento daquele tipo de pessoa que diante de um problema busca culpados, não soluções. Matar Eliseu só pioraria as coisas, mas o rei pensa numa solução política muito frequente nos maus homens públicos: encontrar um culpado a fim de encobrir sua própria impotência em resolver os problemas.

5. Janelas no céu (7.1-20)

A entrevista do rei com o profeta é tensa. O rei afirma que se o mal veio do Senhor, não haverá como esperar qualquer solução (6.33). Eliseu responde que a solução já veio – e exatamente da parte do Senhor (7.1). Um líder militar expressa seu ceticismo sobre o cumprimento da profecia, o que leva o profeta a predizer também sua morte, que acaba realmente ocorrendo (7.20). Diante de qualquer predição, a pessoa sensata, e o cristão em particular, examina antes de tudo a fonte da qual proveio. O histórico de Eliseu como profeta não deveria deixar dúvidas quanto à veracidade de suas palavras como autênticos oráculos do Senhor. O ensino apostólico é o mesmo: se a profecia é divina, não deve ser desprezada (1Ts 5.20,21).
Deus abriu as “janelas do céu” e os sírios foram derrotados sem que um só soldado de Israel erguesse lança ou espada. Um destaque importante é o papel desempenhado pelos quatro leprosos que foram os primeiros a testemunhar a derrocada do inimigo e os despojos que deixara na fuga. Inicialmente, eles só pensam em se aproveitar da situação para fins pessoais. Em seguida, porém, percebem que precisam divulgar a notícia e seguem então na direção do palácio real.
A razão que apresentam para não se calarem num “dia de boas-novas” é imputativa: se ficarem calados, serão castigados (7.9). A razão pela qual o crente fiel não deve reter as Boas-Novas da salvação é afetiva: se ele se cala, outros não poderão participar da bênção. No primeiro caso, ainda quando se fala, prevalece a atitude egoísta, baseada no medo e voltada para o interesse próprio. No segundo, o móvel da ação é o amor, cuja característica principal é dar-se para salvar e abençoar.

Para pensar e agir

Dentre tantas outras lições importantes, o mais relevante do texto refere-se à oração que nos faz enxergar as maravilhas do poder de Deus e fere de cegueira os inimigos espirituais que nos querem destruir. É preciso também estar pronto para não sonegar de tanta gente aflita e necessitada as Boas-Novas que Deus nos fez conhecer em Cristo.

Um comentário:

JOÃO JOAQUIM MARTINS disse...

Primeiramente ao adentrar nesta página reconheço seu valor e a importância de seu autor para a nobre causa do Senhor Jesus Cristo.
Dito isso, quero convidar você que está lendo estas minhas palavras, a prestar um pouco mais de atenção as revelações do Espírito Santo Verdadeiro em nossos dias.
Por se tratar de um assunto de interesse universal, pediria sua amável atenção, em uma breve, mais com certeza, produtiva visita ao nosso blog, onde estão depositadas Revelações do Senhor Jesus Cristo, para as quais peço encarecidamente que nos ajude a divulgar. Pois estamos vivenciando um memento muito sensível da palavra profética. Desde já suplico as bênçãos do Pai, do Filho e do Espírito Santo Verdadeiro sobre todo aquele que atender esse nosso chamado em nome do Senhor Jesus Cristo. Clique em martins111 - João Joaquim Martins.

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